Israel reivindica assassinato de líder militar do Hamas: “Eliminado”
Mohammed Deif foi um dos mentores dos ataques de 7 de outubro a Israel
atualizado
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As Forças Armadas de Israel reivindicaram, nesta quinta-feira (1º/8), o ataque aéreo à Faixa de Gaza em 13 julho. A ação foi a responsável por matar o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, como confirmado pela instituição nesta manhã. A declaração ocorre um dia após o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, ser assassinado em Teerã, no Irã.
“As Forças Armadas de Israel anunciam que, em 13 de julho de 2024, caças atacaram uma área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, confirmou-se que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, informou o Exército israelense enquanto, durante o cortejo fúnebre de Ismail Haniyeh, em Teerã, uma multidão pedia vingança.
Até o momento, o grupo extremista Hamas não confirmou nem negou a morte de Deif. O líder militar é tido como um dos responsáveis pelo ataque terrorista no sul de Israel, no dia 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Nesta quinta-feira (1º/8), o conflito entre Israel e Hamas chega ao seu 300º dia, com mais de 39 mil palestinos mortos, segundo a autoridade de saúde local.
Cortejo fúnebre de Ismail Haniyeh
Líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, teve seu funeral, em Teerã, marado por pedidos de vingança. Com bandeiras palestinas e fotos em sua homenagem, milhares se reuiniram na Universidade de Teerã, no início da procissão funerária do líder islamista, na manhã desta quinta-feira (1º/8).
A cerimônia teve a presença de personalidades iranianas de alto escalão, como o presidente Pezeshkian e o comandante da Guarda Revolucionária, o general Hosein Salami. O ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, afirmou que “o slogan de Ismail Haniyeh – ‘Não reconheceremos Israel’ – permanecerá imortal”.”Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina”, disse.
“É nosso dever responder no momento e local adequados”, declarou o presidente do Parlamento iraniano, o conservador Mohammad Bagher Ghalibaf, em seu discurso, enquanto a multidão gritava: “Morte a Israel, morte à América!”.
Vingança
A morte de Haniyeh foi anunciada pela Guarda Revolucionária do Irã, que comunicou um ataque durante a madrugada de quarta-feira (31/7), em Teerã. A ação matou o líder político do grupo Hamas e um de seus guarda-costas. Ismail Haniyeh estava no local para a a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masud Pezeshkian. Horas antes, o comandante militar do grupo pró-Irã Hezbollah, Fuad Shukr, também foi morto, durante um bombardeio em Beirute, capital do Líbano.
Khamenei, que tem a última palavra nas questões políticas do Irã, disse que é “dever” do país “buscar vingança” pelo assassinato de Haniyeh no território da República Islâmica. O novo presidente também prometeu que “os sionistas verão em breve as consequências de seu ato terrorista e covarde”. Até a publicação desta reportagem, Israel não havia reividicado os ataques em Teerã, que vitimaram Ismail Haniyeh.
A comunidade internacional pede calma e a continuidade dos esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza. Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, os ataques em Teerã e Beirute representam uma “escalada perigosa em um momento no qual todos os esforços deveriam levar a um cessar-fogo em Gaza”.