Ministros de Israel pedem punição a países que reconheceram Palestina
Pelo menos dois ministros de Israel falaram em consequências do reconhecimento de Espanha, Irlanda e Noruega ao Estado Palestino
atualizado
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Pelo menos dois imporantes ministros de Israel usaram palavras duras para criticar a decisão de Irlanda, Espanha e Noruega em reconhecer o Estado Palestino. O anúncio dos europeus aconteceu nesta quarta-feira (22/5) e deve sair do papel no dia 28.
Jerusalém chamou de volta os embaixadores dos três países. E o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz (foto em destaque), já fala em outras punições.
“Estou enviando uma mensagem inequívoca. Israel não deixará isso passar silenciosamente”, afirmou, destacando que falará sobre “severas reprimendas” aos três embaixadores e ainda vai mostrar imagens do sequestro de cinco mulheres soldados em 7 de outubro, em meio ao ataque do grupo extremista Hamas.
E prometeu: “A medida deles terá consequências graves”.
Já Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, afirmou que vai exigir “duras medidas punitivas” contra a Autoridade Palestina, inclusive o corte de fundos fiscais feitos para o órgão.
Outra autoridade, em off, afirmou para o jornal Times of Israel que o país considera medidas drásticas contra Irlanda, Espanha e Noruega.
O país é reconhecido por aumentar o tom em suas respostas. Mas a violência nas palavras subiu depois que um procurador do Tribunal Penal Internacional pediu a prisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, além de três líderes do Hamas, todos acusados por crimes de guerra.
No dia seguinte, houve o reconhecimento por parte dos três países europeus do Estado Palestino.
Além do discurso da injustiça, a nação acredita que esses tipos de iniciativa são vistos como “recompensa” ao Hamas, que no dia 7 de outubro do ano passado massacrou 1.200 civis e militares, além de sequestrar 252 pessoas.
“A Irlanda e a Noruega pretendem enviar uma mensagem aos palestinianos e ao mundo inteiro – o terror compensa”, afirmou Katz nas redes sociais, destacando que os países “dãoum prémio ao Hamas e ao Irã”.
Israel esbraveja e palestinos comemoram
Por outro lado, o Hamas comemorou os atos de Espanha, Irlanda e Noruega.
“Esses reconhecimentos sucessivos são o resultado direto desta corajosa resistência e da lendária firmeza do povo palestino. Acreditamos que este será um ponto de viragem na posição internacional sobre a questão palestina”, afirmou Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, à agência AFP.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, também elogiou os europeus e pediu que outras nações seguissem o exemplo deles para “alcançar uma solução de dois Estados baseada nas resoluções internacionais e nas fronteiras de 1967”.
Já Hussein al-Sheikh, representante da Organização para a Libertação da Palestina, chamou o anúncio dos europeus de “momento histórico em que o mundo livre triunfa pela verdade e pela justiça após longas décadas de luta nacional palestina”.