“Israel nunca terá que se defender sozinho”, diz Blinken a Netanyahu
Em discurso ao lado do secretário de Estado dos EUA, Anthony Bliken, Netanyahu diz que Hamas demonstrou ser “inimigo da civilização”
atualizado
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O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Anthony Blinken, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se encontraram na manhã desta quinta-feira (12/10). Os dois discursaram em Tel Aviv, após o início dos graves conflitos entre o Hamas e Israel, desde o último sábado (7/10). “Enquanto a América existir, Israel nunca terá que se defender sozinho”, afirmou Blinken, que também se identifica como judeu.
Ele, inclusive, chegou a compartilhar a história de sua família. Segundo Blinken, seu avô conseguiu fugir da perseguição de judeus, e seu padrasto chegou a sobreviver a campos de concentração durante o Holocausto, promovido pela Alemanha nazista.
“Entendo em um nível pessoal os angustiantes ecos que os massacres de Hamas significam para os judeus israelenses, para todos os judeus”, afirmou. “Venho também como um marido e pai de crianças novas. É impossível para mim olhar fotos das famílias mortas, como uma mãe, pai, três crianças pequenas, mortas enquanto se abrigavam em suas casas, e não pensar em meus próprios filhos”, disse.
“A mensagem que trago a Israel é: que vocês permaneçam fortes o suficientes para se defender sozinhos. Mas, enquanto a América existir, você não precisará nunca [passar por isso sozinho]. Nós sempre estaremos ao seu lado”, afirmou Blinken.
Durante o encontro, Blinken ressaltou a Netanyahu que os EUA cumpriram com a promessa de auxílio a Israel, trazendo especialmente materiais para reabastecer o Domo de Ferro, sistema responsável pelo abatimento de mísseis.
“Nós cumprimos com nossa palavra e entregamos munição para interceptar e reabastecer o Domo de Ferro de Israel, junto com materiais para defesa. Os primeiros equipamentos de suporte dos EUA já chegaram em Israel, e mais está a caminho. As necessidades de defesa de Israel continuam a aumentar, e nós iremos trabalhar com o Congresso para ter certeza que essas necessidades sejam atendidas. E posso dizer que há um apoio esmagador do Congresso estadunidense pela segurança de Israel”, afirmou.
“Os EUA protegem Israel”
Blinken repetiu que os EUA deixam claro o aviso a outros possíveis atores que queiram se beneficiar da crise em Israel: “Não. Os EUA protegem Israel”. Confirmou também que os EUA atuam com Israel para libertar os reféns tomados pelo Hamas, e que atuam para evitar que o conflito se espalhe.
O secretário norte-americano também destacou que todas as regiões do mundo foram afetadas pelos acontecimentos que se estendem desde o último sábado (7/10), e tiveram início com um ataque do grupo Hamas, e revelou que cerca de 25 americanos faleceram (sem destacar de quais nacionalidades da América). “Europa, Ásia, África, as Américas… Nenhuma região escapou do banho de sangue pelo Hamas. Todos que querem paz e justiça devem condenar o reinado de terror do Hamas”, ressaltou.
Enfatizou também as afirmações do primeiro-ministro Netanyahu, que correlacionou o Hamas ao grupo terrorista islâmico Isis e afirmou que devem ser esmagados. A abordagem de Blinken, porém, foi mais sutil: “Isso foi apenas um dos incontáveis atos de terror do Hamas, em um rompante de brutalidade e desumanização que, sim, traz em mente o pior do Isis”, afirmou. “Nós sabemos que o Hamas não representa o povo palestino. (…) Hamas só tem uma agenda: destruir Israel e matar judeus”, completou.
Por fim, Blinken também trouxe à tona o discurso norte-americano de civilidade: “Nós, democracias, nos distinguimos de terroristas provendo um padrão diferente mesmo quando tudo está difícil”, disse.
“Nesse momento, onde o ódio, o mal, e a loucura tomaram vidas inocentes, nós devemos permanecer juntos, e resolver os conflitos. (…) Nós devemos prover uma alternativa na visão de violência e medo, niilismo e terror, apresentado pelo Hamas. É o que os EUA vão fazer, junto a Israel, trabalhando juntos para que as pessoas e todos na região que permanecem atrelados à visão pacífica, integrada, segura e próspera do Oriente Médio”, concluiu.