Israel é acusado de usar munições proibidas contra civis no Líbano
Human Rights Watch acusa Israel de usar munições de fósforo branco contra áreas civis no Líbano desde outubro do último ano
atualizado
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À medida em que as tensões entre Israel e Hezbollah aumentam, o governo de Benjamin Netanyahu foi acusado novamente de utilizar munições de fósforo branco em áreas ocupadas por civis no Líbano, reduto do grupo paramilitar apoiado pelo Irã.
Segundo a Convenção de Genebra, a utilização de explosivos com fósforo branco contra civis é proibida internacionalmente, e pode se enquadrar como crime de guerra.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (5/6) pela Human Rights Watch, a organização constatou que forças israelenses utilizaram as munições em ao menos 17 municípios do Líbano desde outubro do último ano, sendo 5 deles em áreas residenciais povoadas que obrigaram o deslocamento forçado da população local.
“O uso por Israel de munições aéreas de fósforo branco em áreas povoadas prejudica indiscriminadamente os civis e levou muitos a abandonarem as suas casas”, disse Ramzi Kaiss, investigador do Líbano da Human Rights Watch.
O Ministério da Saúde do Líbano alega que, até o último dia 28 de maio, munições de fósforo branco feriram ao menos 173 pessoas no país. A Human Rights Watch, no entanto, diz não ter obtido “provas de quaisquer queimaduras resultantes da utilização de munições de fósforo branco, mas ouviu relatos que indicavam possíveis danos respiratórios”.
Ainda que seja um explosivo menos letal do que outros, as bombas de fósforo branco podem provocar explosões, fogo e fumaça que não se apaga após entrarem em contato com o oxigênio. Em seres humanos, a exposição a substância pode causar tosse, irritação nos olhos, queimaduras e até falência de órgãos em casos mais graves.