Ministro da Defesa de Israel insinua invasão terrestre ao Líbano
Ministro disse que Israel pretende organizar uma invasão terrestre ao Líbano. Vice-líder do Hezbollah diz que grupo está preparado
atualizado
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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, insinuou, durante declaração às Forças de Defesa de Israel (FDI), nesta segunda-feira (30/9), que Israel pretende organizar uma invasão terrestre ao Líbano. Durante a fala, Gallant afirmou às tropas no norte do país que “usaremos todas as nossas capacidades – incluindo vocês”.
Segundo o ministro, devolver israelenses às suas casas no norte do país – 60 mil foram forçados a evacuar devido a ataques de foguetes do Líbano – era “a missão da FDI”. “É isso que faremos e mobilizaremos tudo o que for necessário: vocês, outras forças do ar, do mar e da terra”, discursou o ministro.
De acordo com o Washington Post, Israel teria dito aos Estados Unidos (EUA) que planeja uma operação terrestre “limitada” no Líbano, que pode começar “em breve”.
Uma autoridade americana disse ao jornal que a campanha planejada por Israel seria “menor que sua última guerra contra o Hezbollah em 2006” e se concentraria em “limpar a infraestrutura militar ao longo da fronteira para remover a ameaça às comunidades israelenses”.
“Hezbollah preparado”
O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, anunciou, também nesta segunda-feira (30/9), que o grupo está preparado para um combate e uma invasão terrestre israelense ao Líbano. Segundo ele, Israel não conseguirá alcançar seus objetivos.
“Enfrentaremos qualquer possibilidade e estamos prontos se os israelenses decidirem entrar por terra. As forças de resistência estarão prontas para um confronto terrestre”, declarou o vice.
A declaração ocorre após uma nova escalada no conflito, marcada pela confirmação da morte de Seyyed Hassan Nasrallah, principal liderança do Hezbollah, no sábado (28/9). O líder morreu durante um bombardeio israelense na capital do Líbano, Beirute.
Ataque no centro de Beirute
Ainda nesta segunda ocorreu o primeiro ataque ao centro de Beirute desde 2006, início dos confrontos diretos entre Israel e Hezbollah, horas depois de dezenas de aeronaves bombardearem o Iêmen.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), um grupo militante palestino no Líbano, disse que três de seus líderes foram mortos durante o bombardeio. A FPLP é associada o a uma série de sequestros de aeronaves de alto nível na década de 1970.
De acordo com Filippo Grandi, alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, cerca de 100 mil pessoas fugiram do Líbano para a Síria desde a última escalada da guerra.