Trégua na guerra: Hamas solta 24 reféns e Israel liberta 39 palestinos
Armistício entre Israel e Hamas está previsto para durar quatro dias. Foram 13 israelenses soltos, além de 10 tailandeses e um filipino
atualizado
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O primeiro grupo de reféns em poder do Hamas foi libertado às 11h (16h, no horário local) desta sexta-feira (24/11): 24 pessoas ganharam a liberdade. Dessas, 13 são mulheres e crianças israelenses, como acordado na trégua de quatro dias entre o grupo extremista e Israel, além de 10 tailandeses e um filipino, que deixaram o cativeiro após negociações com os governos de seus países.
Os israelenses ficaram no Egito, sob custódia da Cruz Vermelha. A soltura é resultado de um armistício que começa nesta sexta, um dia após a data prevista no anúncio original, e vai durar quatro dias. Cerca de duas horas depois, 39 mulheres e crianças palestinas tiveram a liberação confirmada de prisões israelenses.
Tanto o grupo extremista Hamas quanto Israel firmaram um acordo de cessar-fogo para que 50 reféns – mulheres e menores de 19 anos – sejam libertados, em troca de 150 mulheres e adolescentes palestinos detidos em Israel.
Cerca de 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro, quando se iniciaram as ofensivas do grupo extremista contra o território israelense. Desses, 50 reféns na Faixa de Gaza devem ser soltos em grupos – provavelmente, uma dúzia por dia, até o fim do cessar-fogo.
O número de liberações segue a proporção de três palestinos soltos para cada refém em Gaza. Essa medida foi confirmada pelo braço armado do Hamas, Al-Qasam, nessa quinta (23/11).
Rota de libertação dos reféns
O resgate dos presos pelo Hamas provavelmente deve ocorrer pelo Egito – único país, além de Israel, que divide fronteira com Gaza. Do país árabe, o grupo será levado de volta a Israel.
Peça-chave nas negociações, o governo do Catar informou que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha vai trabalhar em Gaza para facilitar a libertação dos reféns.
Quem são os reféns do Hamas?
Nessa quinta, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que recebeu uma lista inicial com as identidades dos reféns a serem libertados de Gaza.
Ao todo, 50 sequestrados serão soltos no período de quatro dias. O grupo é formado por mulheres e menores de 19 anos. Entre eles, três são cidadãos norte-americanos.
Quem são os palestinos presos em Israel?
Conforme lista divulgada pelo governo israelense, há cerca de 300 prisioneiros palestinos com autorização para serem soltos. Israel também afirmou que espera que mais de 50 reféns sejam libertados sob a trégua com o Hamas.
Até quarta (22/11), quase 7,2 mil palestinos estavam detidos em prisões israelenses. Entre eles, 88 mulheres e 250 adolescentes de até 17 anos, segundo informações da Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
A maioria dos nomes da lista corresponde a moradores da Cisjordânia, território ocupado por Israel, e de Jerusalém. Muitos foram detidos por:
- tentativa de esfaqueamento;
- atirar pedras contra soldados israelenses;
- fazer explosivos;
- danificar propriedades; e
- ter contato com organizações hostis.
Nenhum dos 300 presos é acusado de assassinato. Grande parte deles está encarcerada por detenção administrativa, ou seja, foram detidos sem julgamento.
Entrada de ajuda humanitária
Durante a trégua, caminhões lotados de suprimentos (medicamentos, alimentos, água potável etc.) e combustível podem atravessar a fronteira para Gaza, onde mais de 2,3 milhões de pessoas enfrentam uma crise humanitária após o “cerco total” promovido por Israel.
O Catar disse que o cessar-fogo permitiria que um “maior número de comboios humanitários e ajuda humanitária” entre em Gaza, incluindo combustível, mas não deu detalhes sobre as quantidades.
Ainda conforme anúncio do braço armado do Hamas, 200 caminhões de ajuda humanitária e material médico, além de quatro veículos carregados com combustível, devem entrar diariamente em Gaza durante o cessar-fogo.
Os números da guerra
O confronto entre Israel e o Hamas dura seis semanas.
De acordo com as autoridades de Gaza, 15.083 palestinos morreram. Pelo lado de Israel, foram mais de 1,2 mil pessoas, a maior parte durante os ataques do Hamas em 7 de outubro.