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Israel tem deixado palestinos com fome de forma intencional, diz ONU

Além de acusar Israel de praticar uma “política de fome” em Gaza, ONU diz que ataques contra comboios humanitários é prática frequente

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Imagem colorida mostra palestinos famintos esperando por doação de comida Israel - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra palestinos famintos esperando por doação de comida Israel - Metrópoles - Foto: Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel de realizar uma campanha proposital de fome contra o povo palestino desde início da guerra contra o Hamas, em outubro de 2023.

“Israel tem, intencionalmente, feito passar fome o povo palestino em Gaza desde 8 de outubro. Agora tem como alvo civis que procuram ajuda humanitária e comboios humanitários”, disse um comunicado divulgado pelo Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas (OHCHR) nesta terça-feira (5/3).

A declaração da ONU acontece dias após uma confusão generalizada terminar com a morte de mais de 100 palestinos durante a entrega de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza, no último dia 29 de fevereiro.

Durante o tumulto, 112 pessoas foram mortas e outros 700 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Na ocasião, o governo de Benjamin Netanyahu minimizou a ação e alegou que as mortes acontecem devido a atropelamentos.

Posteriormente, autoridades israelenses acabaram admitindo que militares abriram fogo contra a população.

Ataque de Israel não foi o único

Segundo o OHCHR, o ataque do último dia 29 não foi um fato isolado, e sim um dos mais de “14 incidentes registrados de tiroteios, bombardeios e ataques a grupos reunidos para receber suprimentos urgentemente necessários de caminhões ou lançamentos aéreos entre meados de janeiro e o fim de fevereiro. 2024”.

“Israel também abriu fogo contra comboios de ajuda humanitária em diversas ocasiões, apesar de os comboios partilharem as suas coordenadas com Israel”, diz um trecho do relatório.

Além disso, o órgão alegou que o país não tem respeitado a decisão do Tribunal de Haia de janeiro deste ano.

Após analisar o pedido da África do Sul – que acusou o governo de Benjamin Netanyahu de praticar crimes de guerra –, a Corte determinou que Israel não dificultasse o acesso de ajuda humanitária no enclave, além de ordenar que o governo israelense adotasse medidas contra atos ou incitamento ao genocídio da população palestina. 

“Israel não está respeitando as suas obrigações legais internacionais, não está cumprindo as medidas provisórias do Tribunal Internacional de Justiça e está cometendo crimes de atrocidade”, disseram os especialistas.

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