Israel e Hamas interrompem negociações para cessar-fogo em Gaza
Mesmo depois de resolução do Conselho de Segurança da ONU pelo cessar-fogo, Hamas não aceita termos e Israel retira equipe do Catar
atualizado
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As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que estão acontecendo em Doha, no Catar, foram interrompidas após Israel anunciar a saída da equipe diplomática do país. A decisão veio depois que o grupo extremista Hamas rejeitou a oferta para um acordo de reféns e uma trégua na guerra.
A rejeição do Hamas e a saída de Israel vêm um dia depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou resolução para cessar-fogo imediato na região – com direito a abstenção dos Estados Unidos que irritou israelenses.
Ainda na noite de segunda (25/3), o Hamas informou aos mediadores em Doha (Egito, Catar e EUA) que só aceita a trégua com a retirada das tropas israelenses de Gaza, a volta dos palestinos deslocados e uma troca “real de prisioneiros”.
Segundo os extremistas, Israel “não respondeu a nenhuma das exigências básicas do nosso povo e da nossa resistência (Hamas): um cessar-fogo abrangente, a retirada da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados e uma verdadeira troca de prisioneiros”.
Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apontou que a posição do Hamas é “prova clara de que não está interessado em continuar as negociações, e um triste testemunho dos danos causados pela resolução do Conselho de Segurança da ONU”.
“Israel não cederá às exigências delirantes do Hamas”, concluiu o documento.
A guerra entre Israel e o Hamas
A guerra na Faixa de Gaza teve início no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense, mataram cerca de 1.200 pessoas e fez 253 reféns. Hoje, acredita-se que o grupo tem cerca de 130 reféns, nem todos vivos.
A interrupção nas negociações acontecem horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter adotado uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza e a libertação dos reféns.
Na votação, os Estados Unidos se abstiveram e provocaram uma briga com Israel. Os restantes 14 membros do conselho votaram a favor da resolução, apoiada pela Rússia e pela China, que apelava a um cessar-fogo sem o condicionar à libertação de reféns.