Israel diz que construção de assentamentos na Cisjordânia continuará
Declaração contraria o anúncio da cúpula de Aqaba, onde Israel teria concordado em interromper a construção de novos assentamentos na região
atualizado
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Neste domingo (26/2), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a construção de novos assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada não vai parar.
A declaração do líder de Israel, no entanto, contraria uma decisão divulgada após a realização da cúpula de Aqaba, na Jordânia, que buscou formas de diminuir as tensões em territórios palestinos ocupados.
“A construção e a autorização na Judéia e Samaria continuarão de acordo com o planejamento original e o cronograma de construção, sem alterações”, escreveu Netanyahu no Twitter utilizando o termo bíblico da Cisjordânia ocupada.
A fala de Netanyahu acontece horas após a realização de uma reunião entre Israel e Autoridade Palestina, que também contou com a presença do Egito e Estados Unidos. Em comunicado, foi anunciado o compromisso de ambas as partes “para uma paz justa e duradoura” nas regiões de conflito, que já deixaram 63 palestinos mortos no primeiros dois meses de 2023. Do lado israelense, 13 pessoas morreram.
Segundo comunicado conjunto, divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA, um dos pontos firmados entre israelenses e palestinos foi o compromisso de Israel em interromper a construção de novos assentamentos por 4 meses, além de negar quaisquer autorizações de postos avançados na Cisjordânia ocupada por 6 meses.
Logo após a divulgação do comunicado conjunto, o Conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, que chefiou a delegação israelense em Aqaba, também negou que o governo de Benjamin Netanyahu planeja interromper a construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada.
“Nos próximos meses, Israel autorizará nove postos avançados e aprovará 9.500 novas unidades habitacionais na Judéia e Samaria”, disse Hanegbi a mídia local.