metropoles.com

Israel ordena que consulado espanhol interrompa serviços a palestinos

Israel ordenou que consulado da Espanha em Jerusalém pare de atender palestinos, mas decisão não deve sair do papel, diz especialista

atualizado

Compartilhar notícia

John Lamparski/Getty Images
Imagem colorida mostra ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, durante fala na ONU - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, durante fala na ONU - Metrópoles - Foto: John Lamparski/Getty Images

Em retaliação ao reconhecimento do Estado da Palestina, a diplomacia israelense subiu o tom contra a Espanha e ordenou que o consulado do país, em Jerusalém, deixe de prestar serviços a palestinos da Cisjordânia ocupada.

De acordo com a diretriz, divulgado pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, a medida passa a valer a partir do próximo dia 1 de junho.

“O Consulado Geral, ou qualquer pessoa em seu nome, não poderá prestar serviços a residentes da Autoridade Palestina nem poderá desempenhar quaisquer funções consulares ou outras fora do distrito de Jerusalém, sem consentimento prévio por escrito do Ministério [israelense]”, diz um trecho da decisão. “Se esta política não for respeitada, o Ministério não hesitará em tomar novas medidas”.

A retaliação contra Madri e palestinos acontece na véspera da data anunciada por Espanha, Irlanda e Noruega para o reconhecimento, formal, da existência da Palestina.

Segundo o chanceler de Israel, a medida é uma resposta àqueles que ameaçam a existência do Estado judeu.

“Os dias da Inquisição acabaram. Hoje, o povo judeu tem um estado soberano e independente, e ninguém nos forçará a abandonar a nossa religião ou ameaçará a nossa existência – aqueles que nos prejudicam, nós iremos prejudicar em troca”, escreveu Katz em uma publicação no X, antigo Twitter.

Desde o anúncio do reconhecimento da Palestina pela Espanha, Irlanda e Noruega, o governo de Benjamin Netanyahu tem afirmado que o avanço na solução de dois estados é uma “recompensa ao terror” depois de o Hamas invadir, matar e sequestrar pessoas em território israelense.

Medida não deve ser efetiva

Apesar da ordem vinda da Ministério das Relações Exteriores de Israel, especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a medida dificilmente sairá do papel.

“É inviável, impossível que isso aconteça”, afirma Paulo Cesar Rebello, analista político e doutorando em Ciência Política pela Universidade de Salamanca. “Pode descartar, mesmo, essa possibilidade”.

De acordo com Rebello, Tel Aviv não tem o poder de decidir unilateralmente sobre assuntos relacionados a representações diplomáticas de outros países em seu território.

“Pode ser possível somente se o governo da Espanha ceder, o que não deve acontecer”, explica.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?