Israel: aumento da fertilização in vitro faz senhor de 88 anos ser pai
O número de nascimentos por fertilização in vitro em Israel aumentou em 15 anos, de 4.722 para 9.176 em 2019
atualizado
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O chefe da yeshiva (espécie de escola onde se ensinam tradições judaicas e livros sagrados) Tzvi Kushelevsky, de 88 anos, de Jerusalém, Israel, comemora o nascimento do filho primogênito com sua esposa de 57 anos – que já tem filhos de um casamento anterior. Algumas pessoas chegaram a afirmar que este evento não acontecia desde dos dias bíblicos, quando Abraão se tornou pai aos 100 anos de idade.
“Com a publicação da alegre notícia, os estudantes da yeshiva começaram a dançar de alegria com o chefe da yeshiva, o pai do filho”, segundo o site religioso Haredi B’Hadrei Haredim. “Quando o filho mais velho do chefe da yeshiva se tornar um bar mitzvah [adulto], se Deus quiser, o chefe da yeshiva celebrará seu 101º aniversário”, referindo-se ao caso de Kushelevsky.
Apesar de a entrevista ao portal não falar diretamente sobre ciência e explicar religiosamente o caso, acredita-se que a gravidez tenha sido criada por meio de fertilização in vitro (FIV) a partir de uma doação de óvulos no exterior. No país, a lei de doação de óvulos é permitido até os 54 anos de idade, mas dá brechas para que o médico atue de acordo com o seu julgamento.
Israel: o país da fertilização in vitro
Israel é líder mundial e acumula recordes no número de nascimentos de fertilização in vitro. A lei estabelece para tratamentos de fertilização in vitro: até os 45 anos no caso de tratamentos de fertilização in vitro a partir do próprio óvulo da mulher e até os 54 anos no caso de doação de óvulos.
O número de nascimentos por fertilização in vitro no país aumentou em 15 anos, de 4.722 nascimentos em 2005, que representaram 3,3% de todos os nascimentos, para 9.176 nascimentos em 2019, constituindo 5% de todos os nascimentos. O número de tratamentos ultrapassou 50 mil por ano.
A questão da idade não é a única que preocupa os envolvidos com fertilidades, há muito dinheiro na jogada.
Nos últimos meses acontece um debate público sobre questões de fertilidade. Ele é desencadeado por dois casos específicos.
Um dele diz respeito à confusão de embriões no Centro Médico Assuta, em Rishon Letzion (no qual o embrião errado foi implantado numa mulher). O outro relaciona-se à recuperação de esperma dos soldados caídos das Forças de Defesa de Israel e a necessidade de aprovar uma lei que regulamenta esta prática com o propósito de continuidade geracional.