metropoles.com

Israel ataca centro de Beirute; 100 mil pessoas fugiram para a Síria

De acordo com estimativas da ONU, quase 250 mil refugiados palestinos e descendentes ainda moram no país

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Suleiman Amhaz/Anadolu via Getty Images
Imagem colorida de imóveis destruídos no Líbano - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de imóveis destruídos no Líbano - Metrópoles - Foto: Suleiman Amhaz/Anadolu via Getty Images

O Exército israelense realizou, nesta segunda-feira (30/9), o primeiro ataque ao centro de Beirute desde o início dos confrontos mais diretos entre Israel e o Hezbollah. Pelo menos quatro membros do grupo armado Jamaa Islamiya, na capital do Líbano, morreram na ofensiva. O movimento reforça o contigente do Hezbollah em suas operações no norte de Israel, em apoio ao Hamas.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) havia anunciado a morte de três de seus membros no ataque israelense a Beirute. O movimento palestino Hamas também anunciou nesta segunda-feira que seu líder no Líbano foi morto em outro ataque.

“Fatah Sharif Abu al-Amin, líder do Hamas no Líbano e membro da liderança do movimento no exterior, foi morto em um ataque em sua casa no campo de refugiados palestinos de al-Bass, no sul do Líbano”, escreveu o movimento em um comunicado.

Abu al-Amin, sua esposa, filho e filha morreram em um “assassinato terrorista e criminoso”, acrescentou o movimento islâmico. Segundo a agência de notícias oficial libanesa ANI, o campo de refugiados perto da cidade de Tiro, no sul do país, também foi alvo de um ataque aéreo.

Intensificação dos ataques

O Exército israelense intensificou os bombardeios no Líbano desde 23 de setembro para permitir o retorno ao norte de Israel de seus habitantes que se retiraram da região após o início dos combates com o Hezbollah.

Desde o início da guerra em Gaza, Israel tem como alvo militantes do Hamas no Líbano. Em 2 de janeiro de 2024, o número dois do movimento palestino, Saleh al-Arouri, foi morto perto de Beirute em um ataque atribuído a Israel.

Em agosto, um ataque israelense a um veículo na cidade de Saidon, no sul do Líbano, matou Samer al-Hajj, um oficial do Hamas no campo de refugiados palestinos de Ain al-Helweh, no Líbano.

De acordo com estimativas da ONU, quase 250 mil refugiados palestinos e seus descendentes ainda residem no país.

Eles obtiveram refúgio depois de serem expulsos ou fugirem de suas propriedades na época da criação de Israel, em 1948, de acordo com a ONU. O Exército libanês não se posiciona em campos palestinos onde a segurança é fornecida por facções palestinas.

O Exército israelense realizou novos bombardeios contra o Hezbollah no Líbano, que deixaram mais de 100 mortos neste domingo (29). Israel também afirma ter atingido alvos dos rebeldes huthis no oeste do Iêmen, deixando quatro mortos.

O Exército israelense afirmou ter matado na sexta-feira, junto com Nasrallah, mais de 20 membros do Hezbollah de diversos escalões presentes no quartel-general subterrâneo de prédios civis.

Segundo o Irã, um comandante da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, também morreu no ataque de sexta-feira. Sua morte “não ficará sem resposta”, advertiram as autoridades iranianas.

O Hezbollah, financiado e armado pelo Irã, foi criado em 1982 durante a guerra civil no Líbano, por iniciativa da Guarda Revolucionária do Irã.

Guerra deve ser evitada

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo que uma “guerra total” no Oriente Médio “deve ser evitada” e o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, chegou ao Líbano para “conversar com as autoridades locais e fornecer apoio, especialmente humanitário”.

A Arábia Saudita pediu que a soberania do Líbano e a preservação “da paz e da segurança regionais” fossem respeitadas. Apesar dos ataques de Israel, o Hezbollah continua lançando foguetes contra o território israelense.

O Irã pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para evitar “uma guerra total” na região. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, indicou que cerca de um milhão de pessoas poderiam ter sido deslocadas pelos ataques israelenses no Líbano.

“Este pode ser o maior deslocamento populacional da história do Líbano”, declarou. Cerca de 100.000 pessoas fugiram para a Síria após ataques aéreos israelenses no Líbano, segundo a agência de refugiados da ONU (ACNUR).

“O número de pessoas que cruzaram o Líbano para a Síria, fugindo dos ataques aéreos israelenses — cidadãos libaneses e sírios — chegou a 100 mil. O êxodo continua”, escreveu o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, na rede social X.

O Hezbollah abriu uma frente contra Israel em apoio a seu aliado Hamas na guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento palestino em solo israelense em 7 de outubro de 2023.

Leia mais em RFI, parceiro do Metrópoles.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?