Israel pratica “apartheid” contra palestinos, diz ex-chefe do Mossad
Tamir Pardo, ex-chefe do Mossad, afirmou que a atuação de Israel na Cisjordânia ocupada configura um sistema de apartheid contra palestinos
atualizado
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Um ex-chefe da agência de espionagem israelense, popularmente conhecida como Mossad, afirmou que Israel pratica um sistema de “apartheid” contra palestinos na região da Cisjordânia ocupada. A declaração de Tamir Pardo foi publicada pela Associated Press, nesta quarta-feira (6/9).
“Há aqui um estado de apartheid”, disse o antigo chefe do Mossad. “Em um território onde duas pessoas são julgadas sob dois sistemas jurídicos, isso é um estado de apartheid”, afirmou.
Pardo atuou como chefe da agência de espionagem israelita entre 2011 e 2016, indicado por Benjamin Netanyahu, e se juntou a lista de ex-funcionários do governo de Israel que dispararam críticas contra práticas e políticas da atual gestão. Desde o último ano, o ex-militar se tornou um opositor do atual governo, e criticou principalmente a tentativa de reforma judicial no país.
A fala de Tamir Pardo sobre a atuação de Israel na Cisjordânia ocupada acontece em um momento de enorme tensão na região. Segundo dados recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), os conflitos deste ano deixaram cerca de 200 palestinos e quase 30 israelenses mortos até agosto deste ano, o mais violento desde 2005.
Além do conflito histórico entre árabes e judeus, Israel também vive uma crise política interna, com milhares de pessoas tomando as ruas do país em protesto contra as reformas no poder Judiciário que podem beneficiar o governo de Netanyahu.