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Islamofobia joga balde de água fria em adesão da Suécia na Otan

Um homem de 37 anos queimou uma cópia do Alcorão em Estocolmo, capital da Suécia, e gerou revolta na comunidade muçulmana

atualizado

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Iran, Protest Over Koran Burning In Sweden
1 de 1 Iran, Protest Over Koran Burning In Sweden - Foto: NurPhoto/Getty Images

Um episódio de islamofobia, praticado nessa quarta-feira (28/6) em Estocolmo, colocou mais uma barreira na tentativa da Suécia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Identificado pelas autoridades como Salwan Momika, o iraquiano de 37 anos que mora na Suécia, queimou uma cópia do Alcorão. O ato teria sido autorizado pela polícia local, sob o pretexto de liberdade de expressão. As autoridades, após a repercussão negativa do caso, voltaram atrás e afirmaram que iam investigar o episódio por incitação ao ódio.

O ato gerou revolta em diversos países muçulmanos, que condenaram o ato de profanação ao livro sagrado islâmico, entre eles a Turquia, um dos países membros da Otan que travam o ingresso da Suécia no bloco.

Nesta quinta-feira (29/6), o presidente turco Recep Tayyip Erdogan condenou o ato e insinuou que o ingresso do país nórdico na aliança militar é difícil no atual cenário.

“Aqueles que cometem esse crime [profanação], que o permitem sob o pretexto de liberdade de pensamento, não alcançarão seus objetivos”, disse o líder turco nesta quinta-feira (29/6). “Ensinaremos aos monumentos ocidentais de arrogância que insultar os muçulmanos não é liberdade de pensamento”, afirmou.

No início deste ano, Erdogan condicionou um voto favorável a entrada de Suécia e Finlândia à Otan ao combate de grupos considerados terroristas pela Turquia. Em março, o governo turco aprovou o ingresso dos finlandeses na aliança, contudo, a situação dos suecos ficou em aberta.

Otan se esforça

A nova tensão diplomática entre Suécia e Turquia acontece no momento em que as lideranças da Otan se esforçam para o ingresso dos suecos na aliança. Para que um novo membro seja aceito no bloco, todos os 30 países precisam votar a favor da inclusão.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, anunciou nessa quarta que representantes da Turquia, Finlândia e Suécia foram convocados para uma reunião em Bruxelas, na próxima semana, para tentar resolver o impasse que trava a ratificação dos suecos ao bloco.

“Estamos trabalhando para finalizar a adesão da Suécia. É por isso que convoquei outra reunião de altos funcionários da Turquia, Suécia e Finlândia para quinta-feira, 7 de julho”, disse o chefe da Otan durante coletiva de imprensa após encontro com a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas.

A expectativa de lideranças da Otan era de que a adesão da Suécia na aliança avançasse durante a próxima cúpula do bloco, que será realizada nos próximos dias 11 e 12 de julho em Vilnius, Lituânia.

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