Irã vai usar câmeras para vigiar e punir mulheres sem o véu islâmico
Segundo comunicado, mulheres que forem flagradas sem o hijab serão informadas por mensagem de texto sobre “as consequências legais” do ato
atualizado
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O Irã anunciou que vai aumentar a repressão contra mulheres que não respeitem a regra do uso do hijab. Em comunicado divulgado pela mídia estatal, a polícia afirmou que vai instalar câmeras em locais públicos para identificar casos do não cumprimento da lei instituída após a revolução de 1979, que obriga mulheres a utilizar o véu islâmico.
Segundo as autoridades do país, mulheres flagradas sem o hijab vão receber “mensagens de texto alertando sobre as consequências legais” do que é considerado um crime no país.
A polícia ainda informou que “não tolerará qualquer tipo de comportamento individual ou coletivo e ação em violação da lei [do hijab]”. O alerta acontece cerca de uma semana após um homem atacar duas mulheres que não usavam o véu em uma loja no país.
Duas mulheres foram atacadas por um homem e depois presas por autoridades no Irã por não estarem usando o hijab. Após o episódio, o presidente Ebrahim Raisi afirmou que "é bom usar persuasão" em casos onde o uso do véu islâmico é desacreditado. Mais no @Metropoles pic.twitter.com/VRoHoodnWt
— junio (@cordao1bilicau) April 2, 2023
Divulgado pelas principais mídias estatais do país, o comunicado afirma que a medida é uma forma de “prevenir a resistência contra a lei do hijab”.
Protestos
A nova medida anunciada pelo Irã acontece meses após milhares de mulheres no país retirarem seus véus em forma de protesto contra as leis e perseguições no país. O estopim para as manifestações foi a morte de uma jovem sob custódia da polícia por violar a obrigação do uso do hijab, em setembro de 2022.