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Irã: morte de presidente não deve impactar Oriente Médio, diz analista

Morte de Raisi não deve alterar os rumos da política externa do Irã, mas gera dúvidas sobre questões internas do país liderado por Khamenei

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Imagem colorida mostra ex-presidente iraniano Ebrahim Raisi posando de perfil -Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra ex-presidente iraniano Ebrahim Raisi posando de perfil -Metrópoles - Foto: Contributor/Getty Images

Uma nuvem de incertezas tomou conta do Irã após a morte do ex-presidente Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero no domingo (19/5). Analistas apontam que a morte de Raisi não deve impactar o cenário político no Oriente Médio mas, principalmente, a política interna do país comandado a mãos de ferro pelo aiatolá Ali Khamenei.

Além do ex-presidente, a aeronave que caiu também transportava o chanceler Hossein Amirabdollahian; o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati; e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem.

Mohammad Mokhber, primeiro vice-presidente do Irã, foi declarado o presidente interino do país horas após a confirmação da morte de Raisi. Segundo a constituição iraniana, uma nova eleição deve acontecer em até 50 dias.

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Corpo é levado após queda de helicóptero no Irã
Equipes de busca e resgate alcançam os destroços do helicóptero
Corpo é levado após queda de helicóptero no Irã
Equipes de busca e resgate alcançam os destroços do helicóptero e começam a trabalhar na área
Socorristas chegam ao local onde o helicóptero caiu no Irã
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Local de buscas do helicóptero e dos corpos de vítimas no Irã

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Corpo é levado após queda de helicóptero no Irã

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Equipes de busca e resgate alcançam os destroços do helicóptero

Azin Haghighi/Moj News Agency/Anadolu via Getty Images
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Corpo é levado após queda de helicóptero no Irã

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Equipes de busca e resgate alcançam os destroços do helicóptero e começam a trabalhar na área

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Socorristas chegam ao local onde o helicóptero caiu no Irã

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Localização dos destroços do helicóptero que transportava o presidente iraniano Ebrahim Raisi e sua delegação

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Imagens do local onde as buscas se concentraram no Irã

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Buscas por helicóptero e corpos foram dificultadas por causa do clima na região

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Equipes médicas e de resgate da cidade iraniana de Verzegan chegam ao local do acidente depois que um dos helicópteros do comboio do presidente iraniano Raisi caiu

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Local de buscas do helicóptero e dos corpos de vítimas no Irã

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Foto de arquivo datada de 27 de agosto de 2021 mostra o presidente iraniano Raisi durante visita às regiões de Azadegan e Hur al-Azim, no Irã

Iranian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images

Mais um golpe

O acidente deste domingo é mais um episódio envolvendo mortes de figuras importantes na política iraniana. No começo de abril, um ataque atribuído a Israel matou dois generais iranianos no consulado do Irã em Damasco, além de outras cinco pessoas.

Entre as vítimas estava Seyed Razi Mousavi, conselheiro da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), considerado um dos homens mais importantes do Irã na Síria. Mousavi seria o responsável por coordenar a cooperação militar entre Irã e Síria, além de atuar como uma espécie de “ponte” para o financiamento de grupos como o Hezbollah, no Líbano.

Analistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que a política externa iraniana não deve sofrer grandes mudanças com a morte de Raisi – assim como em outros episódios envolvendo perdas de importantes figuras da política no Irã.

  1. “O primeiro efeito seria a permanência da estratégia política do Irã em relação ao Hezbollah, Hamas e a manutenção do jogo político do Oriente Médio em um primeiro momento, tendo em vista de que não se trata de uma política de governo, mas sim de uma política de Estado”, observa Paulo Cesar Rebello, analista político e doutorando em Ciência Política pela Universidade de Salamanca.

Impactos causados pela morte do presidente

Apesar do desgaste gerado pela morte inesperada de Ebrahim Raisi, a escolha de um novo presidente não deve impactar diretamente os rumos do Irã, já que no país persa a palavra final é da autoridade religiosa de Ali Khamenei.

Antes mesmo do anúncio da morte de Ebrahim Raisi, o líder supremo do Irã fez questão de tranquilizar a população e sinalizou que o futuro do governo não sofreria alterações, independente de qualquer cenário.

“A nação não precisa ficar preocupada ou ansiosa, pois a administração do país não será perturbada de forma alguma”, escreveu o aiatolá Ali Khamenei em uma publicação no X, antigo Twitter.

Contudo, a morte de Raisi pode influenciar a escolha do próximo líder supremo do país – quem realmente decide sobre questões internas e externas relacionadas ao Irã -, ocupado por Khamenei desde 1989.

“Precisamos lembrar que o Raisi era uma autoridade que poderia, em algum momento, substituir o aiatolá Khamenei em decorrência de toda a sua carreira jurídica”, afirma Rebello.

“Então, talvez o maior impacto seja realmente a manutenção da revolução e a contenção de uma crise interna em decorrência da disputa pelo poder que pode gerar mais problemas para o Irã”, explica o analista político.

 

 

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