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Irã estaria prendendo crianças em escolas, dizem relatos nas redes

No sábado (8/10), a TV estatal do país foi invadida por hackers. Imprensa internacional fala em 19 mortos nos protestos

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Protestos no Irã
1 de 1 Protestos no Irã - Foto: Twitter/Reprodução

Os protestos no Irã estão cada vez maiores e já entram na quarta semana. Principalmente os mais jovens foram às ruas para se manifestar contra as imposições de comportamento e vestimenta, desde que a jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, foi morta por usar o hijab (roupa feminina usada em países islâmicos) de forma incorreta. Segundo denúncias nas redes sociais e relatos de jornalistas que estão no país, crianças estão sendo mantidas presas em escolas por forças de segurança iranianas.

De acordo com os testemunhos, vans sem placas, de acordo com relatos de mídia social que surgiram do país quando os protestos contra o regime entraram em sua quarta semana. Também segundo um grupo de direitos humanos do Irã baseado na Noruega, pelo menos 185 pessoas morreram durante as manifestações, incluindo 19 crianças. O governo iraniano nega tanto o sequestro dos alunos quanto as mortes.

De qualquer modo, todos os colégios e faculdades estão de portas fechadas na região do Curdistão iraniano neste domingo (9/10). Enquanto isso, imagens mostram centenas de estudantes e mulheres cortando os cabelos e protestando em várias partes do país.

No sábado, a TV estatal do Irã foi invadida por hackers. Durante alguns segundos, a imagem do líder religioso Ali Khamenei, em uma reunião com autoridades, foi substituída por uma foto dele sob mira de uma arma e em chamas. O grupo Edalat-e Ali reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Na tela, as palavras “junte-se a nós e levante-se”.

Veja momento em que o ataque hacker acontece:

As autoridades do país, governamentais e religiosas, dizem que as manifestações mostram a “alienação” dos jovens em relação às leis e o desrespeito pelos mais velhos. O presidente Ebrahim Raisi se reuniu com autoridades de segurança para aumentar a repressão. E apesar das fotos de vans chegando às escolas, o ministro da Educação iraniano, Mohammad Mahdi Kazem, afirmou que não há qualquer movimento do tipo no país.

A revolta ficou ainda maior depois que um relatório do legista estadual, na sexta-feira (7/10), disse que a morte de Amini não foi causada por nenhum golpe na cabeça e nos membros. E que, na verdade, ela morreu por condições médicas existentes. Mais exatamente, um tumor na cabeça, explicação rejeitada com veemência pela família.

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