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Irã convida Brasil para exercício naval; Marinha nega convite

Uma das análises envolve que o convite do Irã pode ter sido feito para demonstração de unidade das Marinhas e força do BRICs

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Classificado como multipropósito, o A140 também foi projetado para controlar áreas marítimas e servir de apoio e transporte de helicópteros de ataque
1 de 1 Classificado como multipropósito, o A140 também foi projetado para controlar áreas marítimas e servir de apoio e transporte de helicópteros de ataque - Foto: Divulgação

O comandante da Marinha do Irã, almirante Shahram Irani, afirmou que o Irã convidou pelo menos sete países, entre eles o Brasil, para exercícios navais no Golfo Pérsico. Veja o momento:

“Nesse exercício, os três principais países são o Irã, a Rússia e a China“, adiantou Irani ao entrevistador.

É possível observar o momento em que o almirante descreve os convites, e fala que Rússia e China estariam como participantes dos exercícios navais. Irani detalhou que o restante estaria como observador.

Ele explicou, ainda, que o propósito é demonstrar segurança e proteção do setor marítimo, e que há possibilidade de cooperação entre os países. “Os países Paquistão, Brasil, Omã, Índia, África do Sul e alguns vizinhos no Mar Cáspio também foram convidados como observadores, que podem vir, observar e estarem cientes de nossas capacidades”, destacou Irani à estatal iraniana.

“A principal mensagem dos exercícios conjuntos na região é de que hoje não há necessidade da presença de um terceiro país para garantir a segurança e proteção do transporte marítimo, e os países da região podem cooperar entre si”, completou Irani.

A fala de Irani sobre a demonstração de cooperação entre os países por meio de exercícios navais é uma das formas de demonstrar unidade no bloco do Briscs, do qual três desses países fazem parte (Rússia, China, e Brasil), de acordo com o economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena.

“Esse tipo de operação naval tem simulações de guerra, conflitos, ataques e, de uma certa maneira, mostram uma tentativa de unidade entre as marinhas. Às vezes, são feitas por demonstração de força, e outras por capacidade bélica”, explica Igor.

“Dentro do contexto macro dos novos Brics, trata-se de uma tentativa de mostrar que existe uma unidade militar entre os países, dentro do chamado Brics Expandido. Ao meu ver é uma situação negativa, porque nos alinha a três ditaduras”, analisa.

O Irã, inclusive, é um dos cotados para integrar o bloco. Em março deste ano, a Casa Branca chegou a questionar e criticar a decisão do Brasil de acolher os navios de guerra iranianos, que estão atracados no Porto do Rio de Janeiro, alegando que era uma “mensagem errada” para o mundo.

A afirmação ocorreu no começo do mês, em uma sexta-feira (1º/12). De acordo com Irani, os convidados foram Brasil, China, Rússia, Índia, Omã, Paquistão, África do Sul e países vizinhos ao Mar Cáspio.

Questionada pelo Metrópoles, a Marinha do Brasil informou que “não recebeu convite formal para participar de exercícios militares na região do Golfo Pérsico”.

O Metrópoles tenta contato com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian. O governo do Irã não comentou o caso.

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