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Irã tem material para fabricar várias bombas nucleares, diz agência

Segundo relatório da AIEA, Irã possuí estoque de urânio suficiente para construção de diversas bombas nucleares

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Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images
Imagem colorida mostra homem segurando a bandeira do Irã e a foto do aiatolá Ali Khamenei ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra homem segurando a bandeira do Irã e a foto do aiatolá Ali Khamenei ao fundo - Metrópoles - Foto: Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images

Um novo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aponta que o Irã aumentou o estoque de urânio. Assim, já possuí material suficiente para a construção de diversas bombas atômicas.

De acordo com o documento, obtido inicialmente pela Associated Press, Teerã aumentou as reservas de urânio em 1.038,7 kg, chegando ao estoque total de 5.525,5 kg.

Desse número, a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 121,5 kg esteja enriquecido em até 60%. Segundo a AIEA, para a construção de uma bomba atômica são necessários 42 kg da substância com pureza ao nível de 90%.

Irã dobra aposta contra o Ocidente

A nova revelação da AIEA acontece poucos meses após Teerã dobrar a aposta contra o Ocidente, que mostra preocupação com o programa nuclear do país persa. No início de 2023, o órgão regulador nuclear global afirmou ter encontrado partículas de urânio enriquecidas em 83,7% no Irã.

Já no fim do ano, o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei voltou a dificultar a inspeção de seu programa nuclear meses após anunciar que cooperaria com a AIEA. Na ocasião, foi detectado que o Irã voltou a enriquecer urânio, contrariando as determinações do órgão regulador.

O Metrópoles entrou em contato com a AIEA para confirmar a veracidade do novo relatório, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Fim do acordo de 2015

Desde 2020, o Irã tem anunciado um aumento nos níveis de enriquecimento de urânio após deixar o acordo nuclear firmado em 2015 com Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia. Na época foi estabelecido um limite de 3,67% para o enriquecimento da substância no país, que poderia ter um estoque de 300 kg .

No entanto, a decisão dos EUA de sair do pacto em 2018, durante o governo de Donald Trump, e o assassinato do general Qasem Soleimani foram determinantes para a saída do Irã do pacto e o aumento da atividade nuclear no país.

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