Irã ainda quer matar Donald Trump, diz comandante militar
Comandante reafirmou que país quer matar Trump, vingando morte do general Qasem Soleimani, ocorrida em operação militar dos EUA em 2020
atualizado
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Em comunicado televisionado, o general Amirali Hajizadeh afirmou que o Irã ainda busca meios para matar Donald Trump e Mike Pompeo, respectivos ex-presidente dos EUA e ex-secretário de Estado americano. As informações são da AFP. O país persa busca vingança pela morte do general Qasem Soleimani, alvo de um ataque executado pelas forças armadas estadunidenses em 2020.
“Nós esperamos poder matar Trump, Pompeo, McKenzie e os comandantes militares que deram a ordem de matar Soleimani”, disse o general Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária. Trata-se de um dos braços das forças ideológicas do Irã. O comunicado foi televisionado na sexta-feira (24/2).
Kenneth McKenzie é ex-diretor do Comando Central do Exército dos Estados Unidos no Oriente Médio. Soleimani foi morto no dia 3/1 de 2020, há quase três anos, num ataque executado por drones. Na ocasião, a comitiva do militar de 62 anos estava deixando aeroporto de Bagdá, no Iraque. Cerca de um ano depois, Trump deixou a Presidência dos EUA, quando o democrata Joe Biden assumiu a Casa Branca.
O anúncio de Hajizadeh antecedeu a transmissão, feita neste sábado (25/2) pela televisão estatal do Irã, dos lançamentos de um “novo míssil de cruzeiro Paveh com alcance de 1.650 quilômetros”. A escalada na tensão entre Teerã e Washington se deu, justamente, pelo avanço dos programas balísticos da República Islâmica no intuito de aumentar o alcance dos seus projéteis, com chances de desestabilizar o Oriente Médio.
Inimigos
O Irã é inimigo de Israel, principal aliado dos EUA na região. Após a morte de Soleimani, o então presidente Donald Trump afirmou que a operação aconteceu como resposta a uma série de ataques promovidos por Teerã contra alvos estadunidenses. Diante da baixa do seu general, o país persa disparou mísseis contra uma base aérea dos Estados Unidos no Iraque.
O assunto continua a pautar o debate internacional na região. Em setembro último, o presidente Ebrahim Rais discursou na ONU com uma foto de Soleimani em mãos. Ele pediu que Donald Trump fosse julgado pela ação. “A República Islâmica do Irã não busca construir ou obter armas nucleares e tais armas não têm lugar em nossa doutrina”, disse o mandatário, na ocasião.
Em 2018, Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, firmado pelo país persa com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O grupo é formado pelos Estados Unidos com o Reino Unido, França, China e Rússia, além da Alemanha. Dessa forma, Washington voltou a impor sanções a Teerã.