Veja como ficariam 7 pontos turísticos no mundo com inundação pelo mar
Projeção feita pelos especialistas da Climate Central aponta 196 locais pelo mundo que correm o risco de inundação pelos oceanos
atualizado
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O aquecimento global, provocado por desmatamento desenfreado e a produção irrefreável do gás carbônico, tem resultados visíveis pelo mundo há algum tempo. O derretimento das calotas polares, filmado em diversos momentos, é prova disso. E outro resultado, principalmente a longo prazo, é a inundação do mar em cidades litorâneas.
Kristina Dahl, principal cientista climática do programa Clima e Energia da Union of Concerned Scientists, diz que a subida do nível do mar pode parecer sem importância diante de condições meteorológicas tão extremas.
“Mas, com estimativas que sugerem que a subida do nível do mar irá afetar bilhões de pessoas em todo o mundo nos próximos 25 anos, este é um membro da família disfuncional das alterações climáticas que não deve ser ignorado”, escreveu em um artigo para o site da associação.
Nos dados apontados por ela, o nível do mar aumentou mais do dobro da taxa do século XX. Desde 1901, a taxa é de cerca de 1,7 mm por ano. E desde 1960, esse índice tem subido vertiginosamente.
“Desde 1993, o nível do mar aumentou a uma taxa média de 3,1 mm por ano – pouco menos do que o dobro da taxa média do século XX. E desde 2006 tem sido ainda mais rápido: chega a 4,2 mm por ano, segundo estimativas recentes da Nasa”, continua.
Para ficar ainda mais claro e visível a quem não quer enxergar o problema, a organização não governamental Climate Central mostra o perigo do avanço do mar em diversas cidades litorâneas pelo mundo. Em projeções feitas pelos especialistas, diversos monumentos e museus correm perigo. Veja alguns desses locais.
Mova a seta de um lado para outro para ver a simulação.
National Mall, em Washington (EUA)
Praça da Catedral, Havana (Cuba)
Fortaleza do Rei Felipe, Lima (Peru)
Catedral St. Paul, Londres (Reino Unido)
Mesquita de Abu Al-Abbas Al-Mursi, Alexandria (Egito)
Burj Khalifa, Dubai, Emirados Árabes Unidos
Templo Lungshan, Taipei (Taiwan)
Em seu artigo, Kristina Dahl explica que a questão é simples: as pessoas queimam combustíveis fósseis e emitem gases que retêm o calor, como o dióxido de carbono. Assim, a atmosfera e os oceanos aquecem e se expandem.
“Historicamente, esta foi a causa dominante do aumento do nível do mar. Mas uma atmosfera e um oceano mais quentes também contribuem para a perda de mantos de gelo terrestres (Groenlândia e Antártica) e de geleiras (como as do Parque Nacional Glacier). Isso adiciona água aos oceanos, o que aumenta o seu nível”, aponta.
A perda de gelo terrestre tem sido o principal contribuinte para a subida do nível do mar desde 2006.
As projeções de inundação
A Climate Central se baseia em informações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) para o mapeamento. Segundo as informações mais recentes, o nível do mar já subiu 9 centímetros nos últimos 30 anos.
Já uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) apurou que, no estado de São Paulo, o mar já subiu 20 centímetros nos últimos 73 anos. O mesmo estudo estima que, até 2050, a elevação acumulada pode alcançar 36 centímetros.
As projeções são feitas pela organização não governamental Climate Central. O objetivo do grupo, formado por cientistas e comunicadores independentes, é pesquisar fatos sobre as mudanças climáticas e como eles afetam a vida das pessoas.
De acordo com o site deles, a organização não tem fins lucrativos e é “neutra em termos de políticas”.
“A Climate Central utiliza ciência, big data e tecnologia para gerar milhares de histórias locais e imagens atraentes que tornam as mudanças climáticas pessoais e mostram o que pode ser feito a respeito”, diz o grupo.