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Imprensa turca diz que jornalista saudita foi torturado e decapitado

Segundo fonte, médico legista começou a cortar o corpo de Khashoggi ainda vivo. Jornal afirma que assassinato durou sete minutos

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PETROS GIANNAKOURIS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Polícia encontra evidências de jornalista foi assassinado dentro de consulado
1 de 1 Polícia encontra evidências de jornalista foi assassinado dentro de consulado - Foto: PETROS GIANNAKOURIS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O jornalista saudita Jamal Khashoggi foi torturado antes de ser “decapitado” no consulado de seu país em Istambul, afirma o jornal Yeni Safak, que cita uma gravação de áudio dos fatos. Khashoggi, crítico do regime saudita, compareceu ao consulado no dia 2 para cumprir os trâmites burocráticos para seu casamento. Desde então não há notícias sobre o seu paradeiro.

O jornal Yeni Safak afirma que teve acesso a gravações de áudio e informa que Khashoggi foi torturado durante um interrogatório: os agentes sauditas cortaram os dedos da vítima. Ele foi “decapitado”, afirma o jornal, ligado ao governo turco, que não revela como teve acesso às gravações. As autoridades turcas acusam Riad de ter ordenado o assassinato do jornalista a uma equipe enviada ao consulado. O governo saudita nega.

A publicação da imprensa turca coincide com a chegada do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Ancara, onde se reuniu com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para abordar o desaparecimento do jornalista. Ele ofereceu ajuda americana à investigação turca.

Nos últimos dias, alguns meios de comunicação, como o jornal Washington Post, para o qual Khashoggi escrevia, informaram sobre a existência de gravações de áudio e vídeo que provam que o jornalista foi “interrogado, torturado e assassinado” dentro do consulado. O seu corpo teria sido esquartejado.

Esta é a primeira vez que uma publicação turca afirma que teve acesso às gravações. O jornal divulga com frequência vazamentos destinados a apoiar a linha do governo turco, mas também foram documentados vários artigos manipulados ou fabricados, incluindo gravações de áudio falsas.

De acordo com o Yeni Safak, o cônsul saudita Mohammad Al Otaibi afirma em uma das gravações: “Façam isto lá fora. Vocês vão me provocar problemas”. Um homem não identificado responde: “Se você quiser continuar vivo quando voltar à Arábia Saudita, fica quieto”. Al Otaibi deixou Istambul na terça-feira.

O portal digital Middle East Eye afirma, com base em uma fonte que teve acesso à gravação de áudio dos últimos momentos do jornalista, que Khashoggi foi levado para o escritório do cônsul. De acordo com a fonte, “não houve uma tentativa de interrogatório. Vieram para matá-lo” e o próprio cônsul foi retirado do local.

Um médico legista, identificado como Salah al-Tubaigy e que integrava a equipe de 15 sauditas enviados por Riad a Istambul no mesmo dia, de acordo com a imprensa, começou a cortar o corpo de Khashoggi ainda vivo, segundo a fonte do Middle East Eye.

Enquanto esquartejava o jornalista, Tubaigy começou a ouvir música com fones de ouvido. “Quando faço este trabalho, escuto música. Vocês também deveriam fazer isto” afirma na gravação, segundo a fonte. O assassinato durou sete minutos, informa o Middle East Eye.

A imprensa americana informou que a Arábia Saudita cogitava reconhecer a morte do jornalista durante um interrogatório no consulado e atribuir o fato a “agentes fora de controle”. As autoridades turcas revistaram na segunda-feira (15/10) à noite o consulado e a polícia afirma ter encontrado evidências de que o jornalista foi assassinado no local, segundo fontes do governo.

A residência do cônsul deveria ter sido inspecionada na terça-feira (16), mas a operação foi adiada para esta quarta-feira (17), depois que as autoridades sauditas alegaram a presença de sua família no edifício, de acordo com o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. O cônsul viajou de Istambul para Riad na terça-feira.

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