Imprensa internacional sobre Bolsonaro: “Derrota da extrema direita”
O TSE condenou inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Jornais internacionais repercutiram a derrota do brasileiro
atualizado
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Repercute na imprensa internacional a inelegibilidade até 2030 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado, nesta sexta-feira (30/6), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em uma reunião com embaixadores, em julho de 2022.
Entre as notícias, diversos jornais internacionais cravam a “derrota da extrema direita” brasileira após Bolsonaro ser condenado a ficar por oito anos (2022, 2026 e 2030) sem poder se candidatar a qualquer cargo político no Brasil.
O jornal norte-americano The New York Times descreveu a inelegibilidade do ex-presidente como “um golpe significativo no movimento de extrema direita do país”. Na mesma linha, o francês Le Monde ressalta que a derrota de Bolsonaro abre uma “batalha de sucessão dentro da direita e da extrema direita” brasileiras. O Washington Post chamou Bolsonaro de “Trump dos Trópicos”.
Para o alemão Deutsche Welle, a inelegibilidade do ex-presidente deve levar a extrema direita brasileira a construir um nome alternativo para tentar herdar o capital eleitoral do bolsonarismo no pleito de 2026.
Já o italiano Corriere Della Sera preferiu puxar pela fala do ministro e relator do caso no TSE, Benedito Gonçalves, que recomendou a condenação de Bolsonaro. No título: “Bolsonaro ‘inelegível’ por 8 anos: ‘Ele é uma ameaça à democracia'”.
Veja as manchetes sobre a inelegibilidade de Bolsonaro:
Lei da anistia
Na Espanha, o El País afirmou que “a Justiça brasileira encurtou a carreira política do líder de direita, o ultra Jair Bolsonaro”. O jornal lembra que os apoiadores do ex-mandatário começaram a preparar uma lei da anistia, mas que a probabilidade de a sentença do TSE ser revertida é “pequena ou nula”.
O britânico The Guardian lembrou que, após cumpridos os oito anos de inegibilidade, Bolsonaro estará apto a concorrer à Presidência do Brasil aos 75 anos, dois anos a menos que o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o jornal chamou o ex-mandatário de “radical de extrema direita, que difamou incansavelmente as instituições democráticas do país sul-americano”.
Já o jornal português, Diário de Notícias, destacou o novo papel político de Bolsonaro para as eleições municipais de 2024. O ex-presidente deve assumir o posto de cabo eleitoral e adotar o discurso de “perseguição política” para conseguir mais votos. Na America Latina, o argentino Clarín também noticiou que a Justiça brasileira tornou Bolsonaro inapto para concorrer a cargos públicos até 2030.