Imprensa estrangeira repercute operação da PF contra Carlos Bolsonaro
Essa fase da Operação Vigilância Paralela, da Polícia Federal, mira o núcleo político beneficiado pela “Abin paralela” do clã Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
A operação da Polícia Federal (PF) sobre a “Abin paralela”, que tem como um dos alvos o vereador e “filho 02” de Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), ganhou espaço na imprensa internacional nesta segunda-feira (29/1).
O jornal britânico The Guardian puxou pela “invasão” da PF à mansão no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com o título: “Polícia invade mansão do filho de Jair Bolsonaro como parte de investigação de espionagem”.
“Carlos, vereador do Rio e gênio das mídias sociais, é uma das figuras mais conhecidas e combativas do mundo do bolsonarismo, famoso por seus ataques ferozes e muitas vezes enigmáticos no X [antigo Twitter] contra os inimigos políticos de seu pai”, escreveu o jornal britânico.
O The Guardian ainda lembrou que o ex-presidente chama o “filho 02” de “meu pitbull” e de que o vereador estava no Rolls-Royce presidencial durante a cerimônia de posse de Bolsonaro, em 2019.
“Espionagem ilegal no Brasil: casa e escritório de um dos filhos de Jair Bolsonaro foram invadidos” é o título do jornal argentino Clarín. A reportagem destacou que a operação é uma continuação de investigações da PF para desmantelar um “complô” de espionagem ilegal durante a gestão do ex-presidente.
Operação contra Carlos Bolsonaro
Conforme apuração do Metrópoles, Carlos Bolsonaro seria recebedor de dados da “Abin paralela”. Esse núcleo de espionagem é acusado por investigar rivais do clã Bolsonaro, jornalistas e autoridades sem aval judicial.
As buscas ocorrem na casa do 02, localizada no Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro tem casa, na mesma rua do filho. O gabinete de Carlos também passou por vistoria.
Em nota, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro informou que “a diligência ocorreu das 7h às 9h, e foi acompanhada pela segurança da Casa e um assessor do parlamentar”. O Metrópoles ainda não recebeu retorno do vereador.
Essa fase da Operação Vigilância Paralela mira o núcleo político beneficiado pela “Abin paralela” de Bolsonaro. Durante a gestão do ex-presidente, uma organização criminosa infiltrada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fez o monitoramento ilegal de autoridades e rivais da família, afirma a PF. Estariam entre as autoridades:
- os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes;
- o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia;
- o ex-governador do Ceará e ministro da Educação, Camilo Santana.
Ao todo, a corporação cumpriu oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (5), Brasília (1), Formosa – GO (1) e Salvador (1). Na capital baiana, os policiais federais apreenderam um computador da Abin.
Na última quinta-feira (25/1), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi um dos alvos dessa mesma operação. Isso porque as supostas investigações sem autorização judicial ocorreram quando ele era diretor-geral da Abin, entre julho de 2019 e março de 2022.