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IA: integração com smartphones gera polêmica sobre privacidade

A Apple anunciou nesta segunda-feira (10/6) sua nova IA em cooperação com a OpenAi. Elon Musk criticou a parceria nas redes sociais

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Imagem colorida. IAs integradas nos celulares
1 de 1 Imagem colorida. IAs integradas nos celulares - Foto: Getty Imagens/ Malorny

A Apple anunciou, na última segunda-feira (10/6), o Apple Intelligence, novo sistema de Inteligência Artificial (IA) próprio da marca, em parceria com a OpenAI. A empresa se junta a  Samsung, que desde janeiro tem linha de dispositivos com IA integrada. Especialistas comentam sobre a integração da IA nos dispositivos móveis e alertam sobre a importância da fiscalização para evitar o uso mal intencionado dos dados dos usuários.

O empresário americano Elon Musk, dono da rede social X, disse que o uso da IA pode ameaçar a segurança de dados dos usuários. Ele criticou a parceria entre Apple e OpenAI.

Musk afirmou que é um absurdo que a Apple não seja inteligente o suficiente para criar a própria IA, mas seja capaz de garantir que a OpenAI vá proteger os dados dos usuários. “Eles não têm ideia do que realmente está acontecendo quando entregam seus dados à OpenAI. Eles estão vendendo você rio abaixo”, escreveu, na rede social X.

A IA integrada aos smartphones permite que o usuário tire maior proveito das funcionalidades do aparelho com menos esforço. O especialista em transformação digital Fabiano Carvalho ressalta a importância de criar mecanismos para impedir a má-fé no uso dos dados. Ele também frisa que empresas e governos acompanhem de perto como essas tecnologias são usadas para identificar possíveis ajustes e melhorias que reforcem a segurança das pessoas.

“Soluções como uso de criptografia de ponta a ponta, segurança do banco de dados e anonimização dos resultados gerados pelas IA são algumas das técnicas que devem ser aplicadas para garantir que a privacidade dos usuários seja respeitada”, afirma Carvalho.

O vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, Craig Federighi, falou que a nova estratégia de IA da empresa se concentra em privacidade e segurança. A marca criou o Private Cloud Compute, que diz proteger os dados dos usuários mesmo para tarefas de IA mais intensivas.

Todas as informações passadas pela IA da Apple serão contextuais, levando em consideração os dados do próprio usuário. A Apple Intelligence terá acesso a praticamente tudo o que está nos aparelhos das pessoas, porém os usuários vão poder decidir se vão ou não permitir o acesso à inteligência.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), Daniel Marques, a IA estará em algum momento em todos os produtos e serviços existentes. “Será a mesma dependência que criamos com a energia elétrica e a internet, pois é uma tecnologia estruturante fundamental para o surgimento de uma nova camada de serviços e produtos”, alega.

Para Marques o uso de inteligência artificial não tem volta. Ele diz que faz parte da natureza humana criar tecnologias, e ao fazê-lo, estabelecer algum grau de dependência dessas ferramentas. “Afinal, o que aconteceria com o mundo se acabasse agora a luz elétrica e a internet? O mesmo ocorrerá com a IA”, comenta.

Questionado sobre a possibilidade do usuário da IA integrada proporcionar mais facilidade, mas oferecer menos segurança, Daniel Marques diz que isso não ocorrerá necessariamente. A integração em si, para o especialista, não aumentará e nem diminuirá a segurança.

“O que vai definir (o aumento ou diminuição da segurança) é o modo como a arquitetura de segurança do sistema é construída segundo os princípios legais estabelecidos”, concluiu Marques.

 

 

 

 

 

 

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