Homem é preso após ameaçar seis juízes da Suprema Corte dos EUA

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou, nesta quinta-feira (19/9), a prisão de Panos Anastasiou, 76 anos, por supostamente fazer ameaças de morte e tortura contra seis ministros da Suprema Corte norte-americana.

Nascido no Alasca, Panos teria enviado mais de 465 mensagens com teor racista, homofóbico e violento pelo site público da Corte, segundo acusação apresentada na quarta-feira (18/9). Ele teria começado a enviar mensagens ameaçadoras na primavera de 2023 e continuado até pelo menos julho de 2024.

Foram apresentadas contra ele 22 acusações federais: nove por ameaças contra um juiz federal e 13 por ameaças no comércio interestadual.

“Alegamos que o réu fez repetidas e hediondas ameaças de assassinar e torturar juízes da Suprema Corte e suas famílias para retaliar contra eles por decisões com as quais ele discordava”, detalhou o procurador-geral Merrick Garland.

Garland destacou que o sistema judicial precisa permitir que os juízes tomem decisões pautadas na lei, e não no medo.

“Nosso sistema de Justiça depende da capacidade dos juízes de tomarem decisões com base na lei, e não no medo. Nossa democracia depende da capacidade dos funcionários públicos de fazerem seu trabalho sem temer por suas vidas ou pela segurança de suas famílias”, defendeu o procurador-geral.

A prisão de Panos Anastasiou ocorre no momento em que as ameaças contra autoridades locais e federais estão aumentando nos EUA. Em junho, o Departamento de Justiça estabeleceu uma força-tarefa para combater, investigar e processar essas ameaças.

Uma das mensagens de Panos afirmava que os EUA precisavam de um assassinato em massa contra “corruptos”.

“PRECISAMOS DE ASSASSINATOS EM MASSA. Se você é corrupto, você é corrupto, oficiais e não oficiais. A internet está agitada com americanos clamando por seus ASSASSINATOS”, teria escrito Panos.

Panos teria escrito que vai “ligar e pedir aos meus colegas veteranos do Vietnã… que passem pela casa do [Juiz da Suprema Corte 2] com seus AR15″.

“Eu gostaria de vê-los TORTURADOS pior do que Kim Jung Un [sic] torturaria sua própria família”, dizia uma mensagem de junho.

Os promotores ressaltaram que as ameaças do réu eram “extremas e repetidas. Sua retórica racista, homofóbica e vil tem o objetivo de intimidar altos funcionários do governo de desempenharem suas funções oficiais”.