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Harvard registra queda histórica em matrículas de estudantes negros

Matrículas de estudantes negros no curso de Direito em Harvard cairam após decisão da Suprema Corte dos EUA sobre ações afirmativas

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O número de estudantes negros matriculados na Harvard Law School caiu pela metade em 2024, alcançando o menor índice desde a década de 1960, segundo dados divulgados pelo New York Times.

A queda segue a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, em 2023, que proibiu o uso de ações afirmativas em admissões universitárias, influenciando diretamente a diversidade racial nas instituições de ensino superior.

De acordo com dados divulgados pela American Bar Association (ABA), a Harvard Law matriculou 19 estudantes negros no primeiro ano, representando apenas 3,4% da turma, uma queda significativa em relação aos 43 alunos matriculados em 2023. Este é o menor número desde 1965, quando 15 estudantes negros ingressaram na instituição.

David B. Wilkins, professor de direito e diretor do Center on the Legal Profession em Harvard, atribui essa redução ao “efeito assustador” provocado pela decisão judicial. “O número atual reflete uma mudança significativa na composição da turma, algo que não víamos há décadas”, comentou Wilkins.

A decisão da Suprema Corte, que mencionou diretamente Harvard, contribuiu para a diminuição da diversidade racial não só na universidade, mas também em outras instituições.

No entanto, algumas universidades, como Stanford, observaram um aumento no número de estudantes negros. Na instituição, o número quase dobrou, passando de 12 para 23 entre 2023 e 2024.

Jeff Neal, porta-voz da Harvard Law, afirmou que a universidade continua comprometida com a diversidade, mas destacou que é prematuro tirar conclusões definitivas com base em apenas um ano de dados. Neal reforçou que a escola acredita na importância de um corpo discente diversificado para enriquecer a experiência educacional.

Além dos estudantes negros, a matrícula de alunos hispânicos na Harvard Law também sofreu uma redução, passando de 11% em 2023 para 6,9% em 2024. Em contrapartida, a proporção de estudantes brancos e asiáticos aumentou no mesmo período.

Outras universidades, como a da Carolina do Norte, que também foi citada no caso da Suprema Corte, experimentaram quedas menores nas matrículas de estudantes negros e hispânicos. Por lá, o número de estudantes negros caiu de 13 para 9, enquanto os estudantes hispânicos reduziram de 21 para 13.

A ABA, que compila dados sobre as 198 faculdades de direito credenciadas, observou que as mudanças nas categorias de relatório podem complicar a comparação ano a ano. Em algumas instituições, as novas categorias, que incluem alunos não residentes nos EUA na divisão racial e étnica, influenciaram os resultados.

Richard Sander, professor de direito na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e crítico das ações afirmativas, sugere que o impacto da decisão da Suprema Corte pode ter efeitos positivos a longo prazo.

Sander argumenta que a redistribuição de estudantes negros para outras instituições pode ser benéfica, oferecendo um ambiente onde eles possam ter mais sucesso.

Por outro lado, Sean Wynn, presidente da Harvard Black Law Students Association, expressou preocupação com a redução das matrículas, classificando-a como uma “perda significativa” para a comunidade acadêmica. Wynn ressaltou que a decisão da Suprema Corte comprometeu aspectos fundamentais da experiência educacional em Harvard.

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