Hamas: liberação de reféns depende da soltura de presos palestinos
Segundo Ismail Hanieyh, líder do Hamas, reféns só deixarão Gaza após a soltura de todos os palestinos presos por Israel
atualizado
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Os reféns israelenses capturados pelo Hamas só serão libertados caso todos os palestinos detidos em prisões israelenses sejam soltos, disse Ismail Hanieyh, líder do grupo palestino, nesta terça-feira (9/1).
“A única maneira de os prisioneiros sionistas [israelenses] saírem vivos de Gaza é libertar todos os nossos prisioneiros nas prisões de ocupação [de Israel]”, declarou um dos chefes do Hamas em comunicado divulgado no Telegram.
Apesar de uma trégua entre o fim de novembro e o início de dezembro do último ano, quando houve a soltura de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos, a situação dos sequestrados pelo grupo extremista ainda segue incerta.
Estima-se que existam mais de 100 reféns e 19 corpos de sequestrados na Faixa de Gaza, que vive uma intensa guerra desde a incursão terrorista do Hamas em Israel.
No fim de dezembro, o grupo extremista chegou a afirmar que uma das condições para uma nova troca de reféns por prisioneiros palestinos seria o fim dos ataques na Faixa de Gaza. Desde então, todas as tentativas de negociações fracassaram.
Palestinos presos
Até julho de 2023, cerca de 5 mil palestinos estavam detidos em prisões israelenses, incluindo 160 crianças, segundo o último relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Segundo o órgão, mais de 1 mil pessoas foram presas sem acusação formal ou julgamento.
Após o início da guerra entre Israel e Hamas, este número duplicou, de acordo com os últimos dados da Associação de Apoio aos Prisioneiros Palestinos e Direitos Humanos.
A organização afirma que mais de 5,7 mil palestinos já foram presos por autoridades israelenses somente na Cisjordânia. Deste número, 355 são crianças, 190 mulheres e 50 jornalistas. Além disso, 2,7 mil pessoas teriam sido detidas sem acusação formal ou julgamento prévio.
O número de palestinos presos na Faixa de Gaza desde o início do conflito, no entanto, é incerto. Segundo a ONG, autoridades israelenses se recusam a divulgar informações sobre detidos na região.
Atualmente, a estimativa é que 8,8 mil palestinos ainda estejam detidos em prisões israelenses, com mais de 3,2 mil atrás das grades com base em detenções administrativas, aquelas nas quais autoridades não revelam aos detidos as acusações que pesam sobre eles.