“Há possibilidade de ataque russo a qualquer momento”, alerta Otan
Em pronunciamento, o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, afirmou que o Exército russo está apoiando separatistas
atualizado
Compartilhar notícia
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.
Em entrevista nesta terça-feira (22/2), Stoltenberg afirmou que mais soldados foram enviados a Donbass, região separatista da Ucrânia. “Há possibilidade de ataque russo a qualquer momento”, frisou Otan.
Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos a Rússia que recue e desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.
O chefe da Otan voltou a dizer que a Rússia pode sofrer sanções internacionais para frear o avanço da escalada da tensão. “Vamos garantir que a Ucrânia fortaleça próprias defesas”, adiantou.
A Ucrânia já foi invadida pela Rússia, em 2014, quando a Crimeia foi anexada no território russo. “A resposta à Rússia está pronta, mas ainda não foi mobilizada”, pontuou.
Stoltenberg afirmou que separatistas estão sendo apoiados pelo Exército russo. “O que vemos agora é mais forças russas envolvidas [no conflito]. Isso faz com que a situação seja mais séria”, concluiu.
O secretário-geral fez um apelo. “Estamos prontos para sentar e conversar com os russos, de peito aberto”, resumiu, ao ressaltar que a Ucrânia é um parceiro político.
Brasil pede diplomacia
O representante brasileiro no Conselho de Segurança das Nações Unidas, embaixador Ronaldo Costa Filho, defendeu que Rússia e Ucrânia busquem “uma solução negociada” e evitem “uma escalada de violência” na região.
“Diante da situação criada em torno do status das autoproclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil reafirma a necessidade de buscar uma solução negociada, com base nos Acordos de Minsk, e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas”, disse o Itamaraty em nota distribuída nesta terça-feira.
Em meio à tensão entre Ucrânia e a Rússia, a embaixada ucraniana em Brasília pediu que o governo brasileiro não reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk.
O encarregado de Negócios no Brasil, Anatoliy Tkach, fez um apelo e defendeu que o Brasil “condene a decisão russa” que reconheceu a independência das duas regiões.
“Esperamos que o governo do Brasil não reconheça essas pseudoentidades criadas pela Rússia. Que condene a decisão e apele ao lado russo para que retome as negociações em busca de uma solução política e diplomática do conflito”, frisou.
Entenda a crise
Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia. O governo de Putin enviou cerca de 150 mil soldados às fronteiras.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).