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Guterres quer medidas urgentes para travar piora da violência no Haiti

O secretário-geral das Nações Unidas quer evitar que país caribenho “mergulhe ainda mais no caos”

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida de pessoas haitianas - Metrópoles - Foto: Unicef/Roger LeMoyne

O secretário-geral das Nações Unidas disse estar “profundamente preocupado” com a piora da insegurança na capital do Haiti, Porto Príncipe. Gangues armadas intensificaram ataques a infraestruturas essenciais durante o fim de semana, incluindo em esquadras de polícia e duas penitenciárias na cidade.

Em nota emitida pelo porta-voz, António Guterres reitera que é preciso adotar medidas urgentes, especialmente no fornecimento de apoio financeiro à missão de Apoio à Segurança Multinacional não pertencente às Nações Unidas.

Necessidades de segurança dos haitianos

O líder da ONU destaca a importância da atuação da força para dar resposta às “urgentes necessidades de segurança do povo haitiano” e evitar que o país mergulhe ainda mais no caos.

Agências de notícias informaram que o país vive uma onda de ataques altamente coordenados de gangues desde a semana passada, com grupos armados incendiando delegacias de polícia e libertando prisioneiros.

Estima-se que 80% da capital haitiana seja controlada por gangues que tentam tomar a parte restante do território. Em várias partes do país acontecem protestos de civis marcados por pedidos à liderança para lidar com a crise.

Processo político para restauração das instituições

O apelo feito pelo secretário-geral ao governo do Haiti e a outros intervenientes políticos é para que “cheguem rapidamente a acordo sobre as medidas necessárias para fazer avançar o processo político para a restauração das instituições democráticas através da realização de eleições”.

A ONU estima que, somente este ano, cerca de 5,5 milhões de haitianos precisarão de auxílio humanitário. O alastramento da violência a áreas rurais remotas agrava as persistentes fragilidades estruturais afetando a falta de serviços básicos essenciais, com hospitais e médicos sendo alvos.

Outra questão que gera apreensão é o deslocamento forçado de várias centenas de professores, muitos dos quais abandonam progressivamente o país.

Aulas interrompidas pelo quarto ano letivo

As mulheres haitianas suportam o fardo desproporcional do aumento da violência, segundo a ONU. Os casos de violação aumentaram 49% entre janeiro e agosto de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os hospitais e escolas funcionam de forma intermitente. As pessoas temem em sair para trabalhar e as que precisam de cuidados médicos evitam procurar tratamento.

Os pais e encarregados temem em mandar seus filhos para a escola com receio de que sejam vítimas de balas perdidas ou raptos. No ano passado, milhares de alunos tiveram as aulas interrompidas pelo quarto período letivo consecutivo.

A ONU alerta ainda para o fato de 1 milhão de crianças não frequentarem a escola, no que representa um maior risco de recrutamento por gangues para pelo menos metade desses menores que residem em áreas controladas por gangues.

Leia mais notícias em ONU News, parceiro do Metrópoles.

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