Guiana se prepara para possível invasão da Venezuela, após referendo
O governo Maduro voltou a falar sobre a anexação da Guiana Essequiba. O presidente guianês apontou a necessidade uma “cooperação de defesa”
atualizado
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Após 95% da população venezuelana ter apoiado o referendo consultivo para a anexação da Guiana Essequiba, o presidente do país, Nicolás Maduro, disse que a Venezuela busca a construção de “consensos” e vai “recuperar Essequibo”. Diante disso, o vice-presidente guianês, Bharrat Jagdeo, afirmou estar empenhado em reforçar a “cooperação de defesa”.
Apesar de o governo Maduro não sinalizar a intenção de invadir a Guiana, os líderes guianeses seguem desconfiados. “Os dirigentes venezuelanos já mostraram que são imprevisíveis; portanto, estamos trabalhando com nossos parceiros a fim de reforçarmos a cooperação de defesa para, caso aconteça o pior, possamos nos defender”, pontuou Jadgeo, em entrevista ao site guianês News Room.
Ao ser questionado acerca da “cooperação de defesa”, Jagdeo explicou se tratar de ação antecipada. “Estamos coordenando esforços com aqueles engajados conosco, para construir nossa capacidade. Não vamos ameaçar a Venezuela, estamos agindo de maneira preventiva e em uma capacidade de defesa”, detalhou.
Alguns representantes guianeses, porém, tiveram reação mais intensa. O ministro do Trabalho da Guiana, Deodat Indar, frisou que o país não tolerará invasão ao território e, no domingo (3/12), participou de uma marcha.
Reação
Logo depois do resultado do referendo venezuelano, algumas lideranças mundiais se manifestaram. O Departamento de Estado dos Estados Unidos (equivalente ao Ministério de Relações Exteriores) declarou apoio a uma resolução pacífica da controvérsia entre as duas nações. Para os EUA, esse não é um tópico a ser tratado numa votação interna.
A Secretária de América Latina e Caribe, embaixadora Gisela Padovan, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, também comentou a respeito do tema, nesse domingo, na abertura da Cúpula Social do Mercosul, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro.
“É um assunto interno da Venezuela. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) não se pronunciou só sobre o plebiscito. Manifestou-se em relação a qualquer medida que altere a atual situação”, destacou.