Guerra: tensão entre EUA e Rússia sobe, e cresce temor sobre escalada
Com mundo em alerta, nesta semana haverá reunião da cúpula da Otan, do conselho da União Europeia e do G7 — os países mais ricos
atualizado
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A guerra no Leste Europeu completa 27 dias, e os líderes envolvidos no conflito não conseguem avançar nas negociações de paz. A mistura de intensificação dos bombardeios, o endurecimento das sanções e o aumento de apoio militar à Ucrânia é agravada pelo estremecimento de relações entre Estados Unidos e China, devido à possibilidade de apoio do país de Xi Jinping aos russos.
Enquanto o presidente norte-americano, Joe Biden, pressiona os chineses, o líder russo, Vladimir Putin, segue ameaçando países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e afirmando que pode considerá-los “participantes” do conflito se o apoio bélico à Ucrânia seguir. As posturas das duas potências aumentam a tensão diplomática no mundo, pela chance de a confusão se espalhar.
Nessa segunda-feira, Biden e outros três integrantes do mais alto escalão do governo dos Estados Unidos fizeram declarações públicas sobre a guerra na Ucrânia e mostraram como o conflito está longe de ser contido no Leste Europeu.
Biden minimizou o poder do presidente russo, Vladimir Putin; o Pentágono, que comanda a máquina militar do país, alertou para ataques cibernéticos; a Casa Branca, sede do governo, cobrou responsabilização para o conflito; e o Departamento de Estado, órgão da diplomacia, puniu funcionários chineses – restringindo vistos.
Enquanto isso, os russos ameaçam até romper relações diplomáticas com os norte-americanos devido à dura posição de Biden sobre Putin.
Instabilidade geopolítica
A semana tem intensa agenda internacional: haverá reunião da cúpula da Otan, do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo. Os encontros debaterão a instabilidade geopolítica atual.
Com o recrudescimento da guerra, Biden viaja à Europa. O norte-americano participará da reunião emergencial da Otan nesta semana.
A viagem é simbólica e estratégica. Será a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Insatisfação russa
O governo russo convocou o embaixador dos Estados Unidos em Moscou, John Sullivan, e mandou recados ao governo norte-americano. Declarações de Biden contra a guerra na Ucrânia motivaram o “ultimato diplomático”.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou que o alerta foi claro: “Comentários feitos por Joe Biden sobre Vladimir Putin deixam a relação entre os dois países em risco”.
Na semana passada, o presidente americano disse que a guerra na Ucrânia está sendo liderada por um “ditador assassino e puro bandido”, referindo-se a Putin. Antes, já havia chamado o líder russo de “criminoso de guerra”.
O mundo em alerta
A União Europeia anunciou que vai acelerar seu plano de reforçar as defesas do bloco e criar uma tropa de intervenção militar com 5 mil soldados. Trata-se de uma medida de reação à invasão russa da Ucrânia.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, confirmou a criação do grupo militar especial. A formação da tropa é um plano antigo da União Europeia para reforçar a defesa do bloco.
O conflito entre Rússia e Ucrânia, no entanto, fez os países acelerarem o assunto e aprovar um pacote de 200 milhões de euros destinado ao programa. A ideia é que até 2025 o bloco consiga ter força de reação rápida, pronta e em alerta.