1 de 1 Imagem colorida mostra plataforma de petróleo - Metrópoles
- Foto: Reprodução/Agência Brasil
Os futuros contratos de petróleo ao redor do mundo fecharam em alta nesta semana em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia e depois que tropas russas tomaram o controle da maior usina nuclear em operação no Leste Europeu.
O contrato do petróleo Brent para o mês de maio registrou alta de 6,92%, custando US$ 118,11 por barril, na ICE, em Londres. O petróleo WTI para abril subiu 3,08%, a US$ 110,99 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Esse foi o fechamento mais alto para o Brent desde fevereiro de 2013, e o mais alto para o WTI desde setembro de 2008.
Na semana, o petróleo Brent acumulou alta de 20,60%, enquanto o do WTI subiu 21,08%. Durante o período, o Brent subiu para seu maior valor desde maio de 2012, e o WTI atingiu sua máxima desde setembro de 2008.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
A usina foi alvo de um bombardeio. Um prédio administrativo, localizado perto dos reatores nucleares, foi atingido por um incêndio. O fogo teria se alastrado para o perímetro da central nuclear, mas foi controlado.
A situação era monitorada pela comunidade internacional, uma vez que, caso o incêndio comprometesse o resfriamento dos reatores, poderia acontecer uma explosão 10 vezes maior que a do acidente em Chernobyl, em 1986 – até então a maior catástrofe do tipo.
De acordo com Andrey Tuz, porta-voz de imprensa da usina, ainda não há risco de a radiação se espalhar pela região. Um funcionário do governo ucraniano, no entanto, disse à agência internacional de notícias Associated Press que os níveis de radiação no local e nas redondezas estão aumentando em torno de 25% em relação às condições comuns.
A Ucrânia vive o oitavo dia de bombardeios e pede a retirada imediata das tropas russas do país. Ainda não houve acordo. Delegações das duas nações negociam um cessar-fogo.