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A Lufthansa anunciou nesta segunda-feira (29/7) que suspendeu os voos para Beirute até 5 de agosto devido ao temor de uma deflagração militar entre Israel e o Hezbollah.
Os voos das companhias aéreas pertencentes ao grupo alemão, o maior da Europa — Lufthansa, Eurowings e Swiss —, para a capital libanesa estão “cancelados devido aos atuais acontecimentos no Oriente Médio”, disse um porta-voz da empresa à agência AFP nesta segunda-feira, após o ataque mortal atribuído ao movimento xiita Hezbollah nas Colinas de Golã, cadeia montanhosa entre Israel, Líbano e Síria que foi palco de diversos confrontos sangrentos entre israelenses e vizinhos no passado.
As companhias aéreas Air France e Transavia France também suspenderam seus serviços para Beirute nesta segunda e terça-feira “devido à situação de segurança no destino final”, anunciou um porta-voz do grupo Air France-KLM nesta segunda-feira.
“Os voos entre Paris-Charles de Gaulle e Beirute foram suspensos em 29 e 30 de julho de 2024”, e “essa decisão também se aplica à [companhia low cost da Air France] Transavia France”, acrescentou a companhia aérea. “Os clientes afetados serão notificados individualmente e receberão soluções para adiamento ou reembolso.”
O que se sabe sobre o ataque atribuído ao Hezbollah por Israel
O balanço mais recente aponta para 12 mortos, entre 10 e 16 anos, e cerca de 30 feridos, após um ataque mortal na cidade israelense de Majdal Shams. O grupo terrorista libanês nega estar por trás do ataque.
Esse foi o ataque mais mortal contra civis israelenses desde 7 de outubro de 2023. Na noite de sábado (27/7), a polícia israelense, o exército e as equipes de resgate relataram que foguetes estavam sendo disparados do Líbano para as Colinas de Golã anexadas no norte de Israel.
Cerca de 30 pessoas ainda estavam hospitalizadas em Israel no domingo. O ataque atingiu um campo de futebol na cidade de Majdal Shams, localizada nas Colinas de Golã, no norte de Israel e no sul do Líbano. Esse ataque contra civis em Israel é o mais mortal desde a ofensiva de 7 de outubro.
O ataque foi rapidamente atribuído ao Hezbollah, grupo extremista libanês apoiado pelo Irã. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou que o foguete disparado “era um foguete iraniano”, afirmando que o Hezbollah era “a única organização terrorista com um foguete iraniano em seu arsenal”.
O presidente israelense Isaac Herzog também acusou o Hezbollah. “Os terroristas do Hezbollah atacaram violentamente e mataram crianças hoje, cujo único crime foi sair para jogar futebol. Elas não voltaram para casa”, declarou ele.
Desde 7 de outubro, esse movimento, aliado ao Hamas, tem trocado tiros transfronteiriços com o exército israelense quase que diariamente. O ataque com foguetes ao campo de futebol nas Colinas de Golã ocorreu depois que uma fonte de segurança libanesa anunciou que quatro combatentes do Hezbollah haviam sido mortos por um ataque israelense no sul do Líbano.
Por sua vez, o Hezbollah disse que havia disparado foguetes contra posições militares nas Colinas de Golã no sábado, mas negou que estivesse por trás do foguete que atingiu o estádio de futebol.
Em uma declaração, o movimento pró-iraniano disse que “nega categoricamente as alegações relatadas por certos meios de comunicação inimigos e várias plataformas de mídia sobre o ataque a Majdal Shams” e “confirma que a Resistência Islâmica não tem nenhuma conexão com os fatos”.
Reunião de emergência
Assim que retornou dos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu realizou uma reunião com várias autoridades em um pequeno grupo fechado, sem os ministros de extrema direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich.
A pressão está aumentando sobre Israel para que o país reaja com moderação após o ataque ao estádio no vilarejo druso de Majdel Shams, nas Colinas de Golã.
De acordo com relatos da mídia local, uma autoridade norte-americana pediu aos israelenses que não realizassem ataques a Beirute. Uma fonte política israelense de alto escalão, amplamente citada em Israel, disse esta tarde que a resposta israelense seria forte, mas não causaria uma explosão militar generalizada na região.
No Líbano, a sociedade está novamente febril após o ataque de sábado nas Colinas de Golã anexadas. Os ataques continuaram em ambos os lados da fronteira libanesa-israelense no domingo, como na planície de Bekka, no leste do país, sede do Hezbollah.
No que se refere à comunidade internacional, o presidente francês Emmanuel Macron garantiu ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante uma conversa telefônica que a França estava “totalmente comprometida em fazer todo o possível para evitar uma nova escalada na região”, anunciou o Eliseu.
O chefe de Estado se comprometeu a transmitir “mensagens a todas as partes envolvidas no conflito”. De acordo com o Eliseu, Emmanuel Macron “também reiterou a necessidade de se chegar a uma solução política para a questão da Linha Azul, com base na Resolução 1701”.
O Secretário-Geral da ONU também condenou o ataque mortal nas Colinas de Golã e conclamou “todas as partes a exercer a máxima contenção”. “Os civis, e as crianças em particular, não devem continuar a suportar o peso da terrível violência na região”, disse Antonio Guterres, por meio de seu porta-voz.