1 de 1 presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, realiza uma conferência de imprensa em Kiev, Ucrânia
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo aos líderes do G7, nesta segunda-feira (27/6), para que a guerra com a Rússia termine ainda este ano, antes do início do inverno no continente europeu. O líder ucraniano defendeu que “este não é o momento para negociações”.
Em resposta, os integrantes do grupo se comprometeram a contribuir “financeira, humanitária, militar e diplomaticamente” com Kiev, pelo “tempo que for necessário”.
Zelensky dirigiu-se aos líderes da Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos por videoconferência. Os representantes das sete potências globais industrializadas estão reunidos desde o último domingo (26/6), no castelo de Elmau, na Baviera, ao sul da Alemanha.
O grupo também firmou compromisso de trabalhar em conjunto para garantir os suprimentos de energia necessários aos países, enquanto tentam reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Até o momento, as sete nações sinalizaram que pretendem restringir as importações russas de tecnologia bélica, em uma tentativa de reafirmar seu apoio à Ucrânia e o “comprometimento irrevogável com o governo e povo” do país.
Os países do G7 anunciaram, ainda, que irão expandir as sanções contra russos acusados de crimes de guerra, e que eles são responsáveis por intensificar “a insegurança alimentar global” ao “roubar e exportar grãos ucranianos”.
Estender o conflito
Representantes ucranianos suspeitam que o plano do Kremlin é postergar o conflito até o período de inverno no hemisfério norte, especialmente rigoroso na Ucrânia. Segundo Kiev, as forças russas apostam que as condições climáticas podem facilitar a conquista de novos territórios. Além disso, o período contribui para acentuar as consequências da redução do envio de gás russo na Europa.
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