Guerra na Ucrânia: Biden visita tropas da Otan na fronteira do combate
Casa Branca confirma visita do presidente norte-americano à Polônia. Ele participará de reuniões da Otan, União Europeia e do G7
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que visitará tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Polônia. O país faz fronteira com a Ucrânia e pertence ao grupo militar.
Nesta terça-feira (22/3), em entrevista transmitida ao vivo de Washington, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança da Casa Branca, deu detalhes da visita de Biden à Europa.
“Essa guerra não vai acabar de forma rápida ou fácil. Nossa intenção é enviar uma mensagem forte que estamos preparados e comprometidos”, explicou.
Sullivan afirmou que o “mundo está mais unido”. “Nosso objetivo é ajudar o povo ucraniano a se defender, aumentar as sanções à Rússia e reforçar o Ocidente”, concluiu.
Para os Estados Unidos, as tropas de Vladimir Putin não estão conseguindo avançar como planejaram. “A Rússia falhou. Os militares não estão conseguindo atingir seus objetivos e a economia está decadente”, frisou.
A Polônia sugeriu que a Rússia seja excluída do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia.
A tensão nos arredores da Polônia ficaram maiores na última semana com o 1º bombardeio a Lviv. O ataque deixou o mundo em alerta. Como a cidade é próxima da Polônia, país integrante da Otan, se a investida seguir e de alguma forma atingir alvos de nações amigas da Ucrânia, mesmo que não intencionalmente, isso poderia fazer o conflito escalar dramaticamente.
Reuniões
A semana tem intensa agenda internacional: haverá reunião da cúpula da Otan, do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo. Os encontros debaterão a instabilidade geopolítica atual.
Com o recrudescimento da guerra, Biden viaja à Europa. O norte-americano participará da reunião emergencial da Otan na quinta-feira (24/3) — exatos um mês após o início da invasão.
A viagem é simbólica e estratégica. Será a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Guerra avança
A guerra avança pelo 27º dia de conflito. Russos e ucranianos ainda não encontraram um consenso para pactuar o acordo de cessar-fogo.
Ministros dos dois países adiantaram, nesta terça-feira (22/3), suas expectativas para os próximos dias. A Rússia cobrou celeridade nas negociações de paz. Na contramão, a Ucrânia acredita em, ao menos, mais três semanas de bombardeios.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, disse que a guerra deverá acabar em duas ou três semanas. Segundo o ministro, a Rússia tem poucos suprimentos para continuar a investida militar.
Nesta terça, o porta-voz do governo do Kremlin (sede do governo russo), Dmitri Peskov, pediu que as negociações fossem retomadas. “Gostaria que as negociações fossem mais enérgicas, mais substanciais”, destacou o representante de Vladimir Putin.
Zelensky quer reunião
Na tentativa de uma reunião com Putin, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que pode entregar o controle de regiões separatistas, como Donbass e Crimeia, anexada ao território da Rússia em 2014.
Nesta terça-feira, em entrevista exibida pela TV estatal ucraniana, Zelensky voltou a propor uma conversa com Putin para discutir o fim da guerra.
“Se eu tiver essa oportunidade e a Rússia tiver o desejo, poderemos abordar todas as questões. Resolveríamos tudo lá? Não, mas existe a possibilidade de que possamos ao menos parar parcialmente a guerra”, destacou.
ONU dá ultimato
Prestes a completar um mês, o conflito no Leste Europeu parece longe do fim. A Organização da Nações Unidas (ONU) deu um ultimato para o fim da guerra e frisou que as negociações — que, nos últimos dias, estão estagnadas — devem continuar.
Nesta terça-feira, em entrevista a repórteres de agências internacionais de notícias, o secretário-geral da ONU, António Guterres, cobrou categoricamente o fim da guerra na Ucrânia.