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Entenda em três pontos o que pode levar Israel e Hezbollah à guerra

Tensão histórica entre Israel e Hezbollah aumentou desde o início da guerra em Gaza, e pode levar os lados a um novo conflito no Líbano

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Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images
Imagem colorida mostra membros do Hezbollah com os braços levantados - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra membros do Hezbollah com os braços levantados - Metrópoles - Foto: Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images

A movimentação militar e a retórica agressiva indicam que o Líbano pode voltar a ser palco de um conflito entre Israel e Hezbollah, 18 anos após a guerra de 2006 que deixou mais de 1,3 mil mortos em 34 dias.

O ataque sem precedentes contra o Hezbollah com pagers e walkie-talkies explosivos e o bombardeio que matou 14 pessoas nessa sexta-feira (20/9) foram os episódios mais recentes da tensão entre o grupo libanês e o governo israelense. Tensão que se estende por meses e dá sinais de que pode explodir nos próximos dias.

Abaixo, o Metrópoles explica em três pontos o que pode levar os dois lados, historicamente rivais, a entrarem em um novo conflito direto.

Faixa de Gaza

Antes do início da guerra na Faixa de Gaza, Israel e Hezbollah já trocavam agressões por meio da fronteira como parte da histórica rivalidade que remonta à década de 1980. Contudo, após o início do conflito, o grupo libanês expandiu os ataques contra o território israelense em solidariedade ao Hamas.

A ofensiva do grupo xiita começou poucos dias após as Forças de Defesa de Israel (FDI) invadirem o enclave palestino. O Hezbollah aumentou a retórica contra a administração de Benjamin Netanyahu e colocou suas tropas em “alerta de guerra”.

Desde então, ambos os lados se atacam mutuamente com mísseis e drones, e trocam ameaças e promessas de um conflito direto.

Morte de lideranças

A tensão entre Hezbollah e Israel aumentou após o assassinato de importantes lideranças de grupos rebeldes do Oriente Médio apoiados pelo Irã. 

No fim de julho, o ex-comandante sênior do grupo libanês, Fuad Shukur, foi morto em um bombardeio israelense em Beirute. Ele era considerado o número dois do Hezbollah.

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Combatentes do Hezbollah carregam o caixão de Fuad Shukur
Ali Khamenei, líder supremo do Irã, faz orações durante funeral de Ismail Haniyeh
Mulher carrega foto de Ismail Haniyeh durante funeral do líder
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Populares acompanham o funeral de Fuad Shukur, comandante do Hezbollah

Fadel Itani/NurPhoto via Getty Images
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Combatentes do Hezbollah carregam o caixão de Fuad Shukur

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Ali Khamenei, líder supremo do Irã, faz orações durante funeral de Ismail Haniyeh

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Além de intensificar os ataques contra posições israelenses, o grupo libanês prometeu vingança pelo assassinato e disse que o conflito com Israel estava entrando em uma “nova fase”. 

Dias depois, o ex-líder político do Hamas também foi assassinado em Teerã. Em apoio ao grupo palestino, o Hezbollah também prometeu retaliação pela morte de Ismail Haniyeh.

Aparelhos explosivos e ataques a bases do Hezbollah

Além de deixar mortos e feridos no Líbano, o ataque sem precedentes contra o Hezbollah, por meio da explosão de aparelhos eletrônicos, afetaram diretamente a capacidade de comunicação do grupo.

Há alguns anos, a organização libanesa abandonou celulares e passou a utilizar pagers e walkie-talkies em sua comunicação interna. A justificativa foi que os dispositivos seriam alvos mais difíceis de ataques cibernéticos ou vigilância. 

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Eles são fabricados pela empresa Gold Apollo, registrada em Taiwan
Dispositivos teriam explodido após baterias superaqueceram
Características dos aparelhos destruídos se assemelham ao modelo vendido pela empresa de Taiwan
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Um dos modelos de pagers que explodiram no Líbano

Divulgação/Gold Apollo
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Eles são fabricados pela empresa Gold Apollo, registrada em Taiwan

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Dispositivos teriam explodido após baterias superaqueceram

Reprodução/Telegram
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Características dos aparelhos destruídos se assemelham ao modelo vendido pela empresa de Taiwan

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Ainda que não tenha reivindicado as ações contra o grupo libanês, o governo de Israel ordenou que tropas fossem deslocadas para a fronteira com o Líbano após as explosões na última quarta-feira (18/9). O movimento foi descrito pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, como uma “nova fase da guerra”. 

Após os ataques que deixaram mais de 40 mortos e mais de 4 mil feridos no Líbano, Israel voltou a atacar o que considera bases do grupo xiita nesta sexta, em subúrbios ao sul da capital Beirute.

Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, pelos menos 14 pessoas morreram — entre elas crianças — e 59 ficaram feridas no ataque, incluindo um dos chefes do Hezbollah.

O porta-voz do Exército de Israel disse que cerca de 10 comandantes militares do Hezbollah foram mortos no ataque. Entre ele, Ibrahim Aqil, principal alvo do ataque a Beirute. Aqil era também procurado pelo governo dos Estados Unidos por ser suspeito de participar em um atentado à Embaixada dos EUA em Beirute em 1983.

De acordo com Israel, uma ação contra o Hezbollah no território libanês é a única forma de neutralizar as ações do grupo e garantir a segurança e o retorno de israelenses que evacuaram do norte após a intensificação da violência.

Segundo dados da administração de Benjamin Netanyahu, mais de 60 mil moradores de cidades próximas à fronteira foram forçados a deixarem cidades fronteiriças, alvos de ataques desde outubro de 2023,

 

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