No 5º dia de guerra, Israel intensifica ataques à Faixa de Gaza
Até o momento, as forças militares de Israel e o Ministério da Saúde palestino contabilizaram mais de 2,2 mil mortos na guerra
atualizado
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Os habitantes da Faixa de Gaza continuam a sofrer bombardeios. Nesta quarta-feira (11/10), quinto dia de confrontos entre o exército israelense e o Hamas, uma nova frente de ataques foi aberta ainda na madrugada, conforme relato de correspondentes em Jerusalém.
Já em Israel, houve um massacre em Kfar Aza, perto de Sderot, no sul do país. Depois dos incidentes da terça-feira (10/10), na fronteira com o Líbano, com tiros de foguetes e uma resposta israelense, agora os morteiros vieram da Síria.
Até o momento, as forças militares israelenses e o Ministério da Saúde palestino contabilizaram mais de 2,2 mil mortos desde o início do confronto.
No sul, os intensos bombardeios da força aérea e da marinha israelenses na Faixa de Gaza visaram particularmente o bairro de Al Furqan, no norte do enclave palestino. Também há relatos de que a casa da família de Mohamed Deif, chefe das operações militares do Hamas, foi alvo da operação. O exército israelense afirma ter atingido 80 alvos do Hamas durante a noite.
De acordo com o movimento islâmico palestino, os ataques noturnos israelenses na última noite em Gaza causaram a morte de pelo menos 30 pessoas; centenas ficaram feridas. Os ataques atingiram dezenas de edifícios residenciais, fábricas, mesquitas e lojas, segundo Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação social do movimento islâmico palestino à AFP.
Aviões de guerra bombardearam hoje uma universidade islâmica na Faixa de Gaza, ligada ao movimento palestino Hamas, de acordo com um funcionário do campus e um correspondente da AFP. Conforme consta no último relatório da ONU, mais de 260 mil pessoas foram forçadas a fugir das suas casas na Faixa de Gaza, bombardeadas pelos ataques israelenses.
Ataque a kibutz de Israel
O massacre de Kfar Aza, perto de Sderot, está na primeira página da imprensa local e chocou a opinião pública, segundo a enviada especial da RFI a Israel, Murielle Paradon. Esse kibutz israelense, perto da Faixa de Gaza, foi invadido por um comando do Hamas e, depois, libertado pelas forças do país.
Os jornalistas levados ao local por soldados israelenses puderam ver os cadáveres não só de moradores, mas também dos combatentes. Cerca de 100 pessoas foram mortas, incluindo crianças pequenas. Alguns residentes também teriam morrido queimados em suas casas.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, deslocou-se a um kibutz vizinho, em Beeri, onde também ocorreu um massacre, e declarou: “Quem decapitar cidadãos, matar mulheres e sobreviventes do Holocausto será executado. Usaremos todos os meios, não haverá compromisso”.
Resgate de reféns
Outra preocupação é o destino dos reféns. Pode haver até 150 pessoas, incluindo estrangeiros, sequestrados pelos comandos do Hamas e levados para Gaza. Testemunhos de famílias devastadas pela dor aparecem na mídia, exigindo libertação dos reféns.
Organizações humanitárias no país alertam para os ataques à população civil e para a violação do direito humanitário internacional, apontando para o bloqueio total do território palestino já em vigor.
A ONU indicou que o direito internacional “proíbe” o cerco a Gaza. “Não me decepcionem”, disse o presidente americano Joe Biden em um discurso muito bem recebido em Israel, interpretado como luz verde para uma operação terrestre.
A opinião pública do país aguarda a formação de um governo de emergência que possa reforçar a unidade necessária para tal campanha militar. Mas, por razões desconhecidas, Benyamin Netanyahu rejeitou, até o momento, essa opção. Ele também enfrenta forte pressão das famílias dos israelenses detidos em Gaza. Em editorial desta quarta-feira, o diário oposicionista Haaretz exige a troca de prisioneiros o mais rapidamente possível.
Com informações da RFI, parceira do Metrópoles.