Nesta quarta-feira (2/3), em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Blinken ressaltou que a “guerra foi escolhida pelos russos”.
Ao longo do discurso, o secretário ressaltou a importância das sanções impostas contra a economia russa pelos Estados Unidos. “Aceleramos a chegada de equipamentos à Ucrânia”, frisou.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
A Ucrânia vive o sétimo dia de conflito. Os bombardeios começaram na madrugada de 24 de fevereiro. Desde então, as tropas russas avançam sobre o território do país.
Blinken pediu novamente que a Rússia recue. “As consequências contra o regime terão uma escalada. Essas sanções tiveram um efeito poderoso [na economia russa]”, salientou.
O secretário mandou um recado ao povo russo. “As sanções não são contra vocês, mas sim, contra o seu líder”, acrescentou, se referindo ao presidente russo, Vladimir Putin.
Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação. Essa é mais uma de uma série de sanções contra a Rússia que a comunidade internacional tem aplicado contra o país na tentativa de conter o conflito.
O conflito parece não ter fim. A reunião de representantes da Ucrânia e da Rússia, nesta quarta, para chegar a um acordo de cessar-fogo nos confrontos do Leste Europeu acabou adiada. Esta seria a segunda vez que os dois países se sentariam à mesa de negociação. A primeira reunião fracassou. Ainda não foi divulgada uma data para uma nova conversa.
Avanço russo
A Rússia intensificou a ação de suas tropas e já pressiona ao menos 16 cidades ucranianas. Essas províncias sofrem bombardeios massivos, para viabilizar a tomada de poder pelo Exército do presidente Putin.
Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, reúnem-se no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia, em 1º de março de 2022
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A população passou a usar estações de metrô para se proteger
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Blindado militar russo se move ao longo da rua, em direção a Kherson, Ucrânia
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Separatistas pró-Rússia ajudam nos ataques contra a Ucrânia
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Militares russos na Crimeia
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Cidadãos ucranianos fugiram da guerra por meio de trens
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Após prédios destruídos em Kharkiv, russos dizem ter tomado Kherson
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O mundo acompanha, com atenção, os desdobramentos do conflito. O papa Francisco pede paz
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O Exército russo ampliou o megacomboio que cercará Kiev, capital ucraniana e centro do poder do país. As tropas, que cobrem um extensão de 64 quilômetros, aproximam-se da cidade.
O megacomboio é formado por tanques, peças de artilharia, veículos de transporte, contêineres com armas e outros equipamentos de logística militar. O grupo está ao redor do aeroporto de Antonov, distante 25 quilômetros do centro de Kiev.