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Guerra com a Rússia matou mais de 6,8 mil civis na Ucrânia, aponta ONU

Desde o início do confronto entre Rússia e Ucrânia, ao menos 38 crianças morreram em território ucraniano. ONU alerta para mais vítimas

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O pessoal do serviço de emergência atende ao local de uma explosão em 10 de outubro de 2022 em Kyiv, Ucrânia. As explosões desta manhã, que ocorreram pouco depois das 8:00, hora local, foram os maiores ataques desse tipo na capital em meses
1 de 1 O pessoal do serviço de emergência atende ao local de uma explosão em 10 de outubro de 2022 em Kyiv, Ucrânia. As explosões desta manhã, que ocorreram pouco depois das 8:00, hora local, foram os maiores ataques desse tipo na capital em meses - Foto: Ed Ram/Getty Images

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos registrou 17.831 vítimas civis na Ucrânia, desde 24 de fevereiro deste ano, quando a Rússia invadiu o país e a guerra começou. Foram 6.884 mortos e 10.947 feridos até o dia 26 de dezembro.

No entanto, a agência estima que o número real de vítimas da guerra deve ser “consideravelmente superior”, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (28/12).

Segundo a ONU, as mortes contabilizam 2.719 homens, 1.832 mulheres, 175 meninas e 216 meninos, além de 38 crianças e 1.904 adultos cujo sexo ainda é desconhecido. A maior parte das vítimas está em Donbass, na região de Donetsk e Luhansk: 9.695 (4.052 mortos e 5.643 feridos).

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A maior parte das mortes civis ocorreu em razão do uso de armas explosivas com efeitos de ampla área, como bombardeios de artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, mísseis e ataques aéreos.

Nesta quarta (28/12), todo o território ucraniano está sob alerta de ataque aéreo. Segundo autoridades ucranianas, a ala de maternidade em um hospital da cidade de Kherson foi atingida por mísseis esta manhã, mas ninguém ficou ferido. As tropas russas teriam disparado 33 mísseis conta alvos civis em uma série de bombardeiros aéreos nas últimas 24 horas.

Veja mais dados do relatório:

  • vítimas em território controlado pelo governo ucraniano: 7.579 (3.569 mortos e 4.010 feridos)
  • vítimas em território controlado pelas forças armadas russas e grupos armados afiliados: 2.116 (483 mortos e 1.633 feridos)
  • vítimas em outras regiões da Ucrânia que estavam sob o governo local quando foram registradas: 8.136 (2.832 mortos e 5.304 feridos)

Subnotificação

Representantes da ONU sustentam que os números reais sejam maiores por conta da dificuldade de mapear os afetados pela guerra. Há um atraso no recebimento de informações em locais onde as hostilidades permanecem intensas, e muitos relatórios ainda estão pendentes de confirmação.

Esse é o caso, por exemplo, das cidades de Mariupol — em disputa constante —, Izium (região de Kharkiv), Lysychansk, Popasna e Sievierodonetsk (região de Luhansk), onde há alegações de numerosas vítimas civis.

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