Guerra cibernética: hackers causam caos no governo da Costa Rica
Em um mês, já foram atacados 27 sistemas públicos – o último alvo foi a área da saúde; grupo cobra US$ 15 milhões pelo resgate dos dados
atualizado
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Desde abril, o governo da Costa Rica enfrenta o que o presidente, Rodrigo Chaves, chama de “guerra cibernética”. Em um mês, ao menos 27 sistemas governamentais foram invadidos e tiveram dados sequestrados por hackers, em ataque conhecido por ransomware.
A última invasão foi nessa terça-feira (31/5). Dessa vez, os dados do sistema público de saúde sumiram, colocando em risco atendimentos médicos e cirurgias. A ação é atribuída ao grupo hacker Conti, que pede US$ 15 milhões pelo resgate do sistema.
O desespero é tanto, que o próprio presidente realizou reunião com profissionais para delinear um “Plano de Implementação de Medidas de Segurança Cibernética”. E não é para menos: a economia do país perde cerca de US$ 30 milhões por dia com a invasão.
Com painéis de secretarias, agências e ministérios travados, os processos voltaram a ser realizados com caneta e papel. O serviço de pagamento dos funcionários públicos e sistema tributários também foram afetados.
“Muitos dos meus colegas estão encontrando dificuldades para pagar dívidas importantes. Alguns estão lutando para cobrir suas necessidades básicas”, disse a costa-riquenha Heidy Valencia ao jornal americano Rest of World.
“Estamos testemunhando o início de uma era de ataques cibernéticos sem precedentes”, admitiu o chefe de Segurança Cibernética da Câmara de Tecnologias da Informação e Comunicação do país, Diego González, ao Rest of World.
O ministro das Finanças, Nogui Acosta, alertou que o Estado não sabe se conseguirá equilibrar as contas de maio e se os impostos estão sendo pagos. Mesmo assim, o governo se recusa a pagar o valor cobrado pelos hackers.