Grupo de Lima recomenda restrições às negociações com regime de Maduro
Venezuela, sob comando de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, passará a integrar a união de países
atualizado
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Representantes do Grupo de Lima (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru), reunidos nesta segunda-feira (4/2), em Ottawa, no Canadá, divulgaram comunicado em que propõem a restrição de negócios e comércio com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e a comunidade internacional.
A declaração, no seu último parágrafo, faz o apelo: “[Os países] fazem um chamado aos membros da comunidade internacional para evitar que o regime Maduro realize transações financeiras e comerciais com o estrangeiro, que tenha acessoa aos ativos internacionais da Venezuela e que possa fazer negócios tanto em petróleo quanto em ouro e outros ativos”.
A Venezuela, sob comando de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, passará a integrar o Grupo de Lima. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, usou sua conta pessoal no Twitter para comemorar a decisão.
“Grupo de Lima emite declaração apoiando o processo de transição democrática na Venezuela e contra ‘diálogos’ protelatórios. A Venezuela, com o governo interino legítimo de Guaidó, passa a integrar o Grupo de Lima. Poderoso impulso rumo à redemocratização”, postou o chanceler.
O texto, divulgado pelo Grupo de Lima, destaca a necessidade de realização de eleições imediatas na Venezuela, apoio à interinidade de Juan Guaidó e críticas às violações de direitos humanos e violência.
“[Os integrantes do Grupo de Lima] rejeitam os atos de violência e repressão de manifestações populares pelas forças de segurança que causaram inúmeras mortes, ferimentos e detenções”, diz a declaração.
Ajuda humanitária
A declaração reitera ainda a preocupação com a crise humanitária que atinge a Venezuela e a necessidade de parceria entre as nações para minimizar os impactos causados. O Grupo de Lima se dispõe a prestar ajuda com doações à população venezuelana e ressalta a disposição de os integrantes do grupo de receberem o presidente interino conforme seu pedido.
“[Os países] reiteram sua profunda preocupação com a grave situação humanitária na Venezuela causada pelo regime de Maduro. Eles consideram imperativo garantir o acesso à ajuda humanitária para atender às necessidades urgentes dos venezuelanos.”
De acordo com o documento, o Grupo de Lima se dispõe a negociar com diálogo e de forma pacífica por meio do caminho político e diplomático. O comunicado conclama as Forças Armadas para que cooperem com a população ao permitir as doações internacionais.
Democracia
O texto repudia a atuação da Suprema Corte da Venezuela, o Tribunal Superior de Justiça, ligado ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que recentemente proibiu Guaidó de deixar o país e bloqueou seus bens. Também recomenda a busca da democracia por meios pacíficos.
“[Os membros do Grupo de Lima] fazem um chamado para o restabelecimento imediato da democracia na Venezuela pela realização de eleições livres e justas chamados pelas autoridades legítimas, de acordo com normas internacionais e o mais rapidamente possível. Estas eleições devem ser realizadas com garantias suficientes, com a participação de todos os líderes políticos e observadores internacionais, bem como a nomeação de um novo Conselho Nacional Eleitoral”.