Greve geral faz companhia argentina Aerolíneas cancelar voos
Em comunicado, companhia confirmou que cancelamentos afetarão 350 voos e 22 mil passageiros
atualizado
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A companhia aérea Aerolíneas Argentinas informou, neste domingo (28/04/2019), que cancelou todos os voos programados desta terça (30/04/2019), devido a uma greve nacional de sindicatos contrários ao programa de austeridade do presidente do país, Mauricio Macri.
A paralisação de 24 horas marcada para a terça deve fechar boa parte da economia argentina, atingida pela recessão e pela hiperinflação, enquanto Macri luta para consertar sua imagem a tempo das eleições gerais de outubro, na qual ele concorrerá a um segundo mandato.
Os cancelamentos da Aerolíneas Argentinas afetarão 350 voos e 22 mil passageiros, informou a companhia em comunicado. “Estes cancelamentos devem-se à paralisação marcada para terça-feira por sindicatos que representam trabalhadores em terra e em voo”, disse o comunicado. Até este domingo, o aviso dizia que a Aerolíneas havia reescalonado mais de 40% dos clientes afetados pelos cancelamentos.
Pressão
Com o produto interno bruto encolhendo e os preços ao consumidor ficando mais de 54% mais altos nos últimos 12 meses, Macri vem lutando para colocar a economia de volta nos trilhos. Diante das dificuldades e da eleição no radar, o presidente, conhecido pelo compromisso com a austeridade, também lançou mão de uma medida pouco usual para liberais: interveio na economia e definiu o congelamento de preços para uma série de produtos, sendo a maioria itens básicos de grande consumo pela população. A medida foi duramente criticada, mas, segundo pesquisas, é apoiada por cerca de 70% da população, conforme relatou a revista britânica The Economist.
Ele busca outro mandato para fazer suas políticas econômicas ortodoxas funcionarem, mas pesquisas de opinião mostram que os eleitores estão perdendo a paciência. Ações locais, títulos e o peso foram impactados na semana passada, à medida que a incerteza política e econômica afetou os mercados.
Após acordo de financiamento que o governo assinou com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no ano passado, a Argentina concordou em apagar seu déficit fiscal primário em 2019. Essa meta levou Macri a cortar populares subsídios para eletricidade e gás, enquanto implementa outras medidas de arrocho.