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Governo prepara operação para receber brasileiros que estão em Gaza

Os 34 brasileiros que estavam na Faixa de Gaza chegam ao posto de fronteira com o Egito para voltarem ao Brasil

atualizado

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Imagem colorida mostra Hasan Rabee chega ao portão de Rafah com outros brasileiros para sair de Gaza - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Hasan Rabee chega ao portão de Rafah com outros brasileiros para sair de Gaza - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

No 35º dia desde a escalada do conflito entre Israel e Hamas, o grupo a ser repatriado pelo Brasil se prepara para deixar a Faixa de Gaza, por meio da passagem de Rafah. Em território brasileiro, o governo prepara a logística para a recepção prevista para este fim de semana.

O governo de Israel assegurou ao Itamaraty que os 34 nomes à espera de repatriação serão incluídos na lista desta sexta-feira (10/11). A princípio, uma pessoa que aguardava autorização e fazia parte do grupo não estava na relação divulgada pelas autoridades, o que foi confirmado depois.

Em contato telefônico nessa quinta (9/11), o ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen, confirmou ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, a autorização.

O grupo deve desembarcar na Base Aérea de Brasília, assim como ocorreu com parte dos repatriados vindos de Israel e da Cisjordânia.

Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, na capital federal, brasileiros e familiares devem ser atendidos por diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e órgãos do governo brasileiro.

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Fogo e fumaça sobre Gaza após ataques promovidos pelas Forças de Defesa de Israel
Forças de Defesa de Israel promovem bombardeios em retaliação a ataques do Hamas
Rastro de destruição se espalha pela Faixa de Gaza
Bombardeios seguem ocorrendo na Faixa de Gaza
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Fumaça e chamas sobem em Gaza, que são vistas da cidade de Sderot enquanto os ataques aéreos israelenses continuam

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Fogo e fumaça sobre Gaza após ataques promovidos pelas Forças de Defesa de Israel

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Forças de Defesa de Israel promovem bombardeios em retaliação a ataques do Hamas

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Rastro de destruição se espalha pela Faixa de Gaza

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Bombardeios seguem ocorrendo na Faixa de Gaza

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Em postagem no Instagram, o brasileiro Hasan Rabee (foto principal) comemora a chega ao portão de Rafah. Na foto, ele diz que espera a abertura da passagem para poder continuar a viagem de volta ao Brasil.

Há outras nacionalidades na relação de liberados para atravessar a fronteira até o Egito. No total, 587 pessoas aparecem. Veja a lista:

  • Estados Unidos: 14 pessoas
  • Canadá: 265 pessoas
  • Romênia: 101 pessoas
  • Indonésia: 6 pessoas
  • Polônia: 26 pessoas
  • Brasil: 33 pessoas
  • Rússia: 82 pessoas
  • Índia: 7 pessoas
  • Albânia: 14 pessoas
  • China: 10 pessoas
  • Dinamarca: 5 pessoas
  • Alemanha: 8 pessoas
  • Holanda: 2 pessoas
  • Nova Zelândia: 12 pessoas
  • Malásia: 2 pessoas

Passagem de Rafah

A passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, tem recebido estrangeiros e palestinos feridos desde 1º de novembro. No entanto, apenas têm autorização para cruzar a fronteira aquelas pessoas cujos nomes constam em uma lista elaborada por autoridades do Egito e de Israel, em periodicidade diária.

O representante do Estado de Israel explicou a Mauro Vieira que a promessa de que os brasileiros sairiam da Faixa de Gaza na quarta (8/11) não pôde ser cumprida em razão de fechamentos não previstos da fronteira de Rafah.

As interrupções ocorreram em três dias: sábado (4/11), domingo (5/11) e quarta (8/11). Após o mais recente fechamento, que se deu por motivos de segurança, a passagem voltou a ser liberada nessa quinta-feira (9/11), mas sem nova lista de nomes.

Saída dos brasileiros de Gaza

Na Faixa de Gaza, há 34 brasileiros e familiares próximos que solicitaram repatriação para o governo brasileiro. O grupo está dividido entre duas cidades palestinas: 18 na cidade fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito; e 16 em Khan Yunis, a 10 km da passagem.

Segundo apuração do Metrópoles, o governo federal informou à Força Aérea Brasileira (FAB) que há autorização para liberação dos brasileiros situados na Faixa de Gaza. O avião VC-2, que está no Egito após ser cedido pela Presidência da República, efetuará o resgate do grupo.

Há expectativa de que a aeronave se dirija ao aeroporto de Al Arish, mais próximo da Faixa de Gaza. O trajeto desta operação deve ser semelhante ao roteiro da missão que resgatou 32 pessoas da Cisjordânia, com um veículo do mesmo modelo. Assim, antes de pousar na capital federal, devem ser feitas três paradas técnicas: uma na Itália; a segunda na Espanha; e a terceira em Pernambuco.

A Operação Voltando em Paz, do governo federal, que resgata brasileiros no Oriente Médio desde a escalada do conflito entre Israel e o Hamas, repatriou 1.445 pessoas e 53 pets, vindos de Israel e da Cisjordânia.

Conflito acirrado

Até o momento, a guerra resultou em cerca de 11,9 mil mortos, somados ambos os lados. Em Israel, foram 1,4 mil óbitos, enquanto, do lado palestino, contabilizam-se 10,5 mil mortes. Além disso, diante do cerco promovido à região, a população da Faixa de Gaza segue imersa em uma crise humanitária.

Na quinta-feira (9/11), o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos (EUA), John Kirby, anunciou que o governo de Israel concordou em adotar pausas humanitárias nos ataques ao norte da Faixa de Gaza. A medida, no entanto, limita-se a quatro horas por dia.

De acordo com o representante do governo norte-americano, o objetivo é permitir a remoção de civis, a libertação de reféns e o recebimento de ajuda material. Essas pausas serão avisadas com ao menos três horas de antecedência.

“Fomos informados pelos israelenses de que não haverá operações militares nessas áreas durante a pausa, e esse processo está começando hoje [quinta-feira (9/11)]”, afirmou Kirby, segundo a agência Al-Jazeera.

Há dias, a implementação da dinâmica de interrupção do conflito era negociada pelo governo dos Estados Unidos com os israelenses. Na segunda-feira (6/11), o presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a fim de discutir a adoção de “pausas táticas” no conflito.

De acordo com comunicado da Casa Branca, a medida seria uma forma de garantir aos civis de Gaza a oportunidade de saírem das áreas de conflito, liberar o acesso à ajuda humanitária e possibilitar a libertação de reféns sob poder do Hamas.

Também nesta semana, o G7, grupo formado por sete potências industriais do mundo, posicionou-se favoravelmente à adoção de pausas humanitárias. Em comunicado emitido nessa quarta (8/11), a entidade condenou os ataques do Hamas em 7 de outubro e destacou o direito de Israel de se defender, mas reivindicou a proteção dos civis palestinos.

“Salientamos a necessidade de medidas urgentes para enfrentar a deterioração da crise humanitária em Gaza. Todas as partes devem permitir o apoio humanitário sem entraves aos civis, incluindo alimentos, água, cuidados médicos, combustível e abrigo, além de acesso aos trabalhadores humanitários”, diz o comunicado.

Tentativas de paz

Embora o governo norte-americano tenha tido protagonismo na negociação para adoção de pausas humanitárias no conflito, os esforços em prol dessa medida, ou mesmo de um cessar-fogo imediato, têm sido compartilhados entre diversos agentes da comunidade internacional.

O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, votou uma resolução, proposta pelo Brasil, que previa a adoção de pausas humanitárias. Apesar de ter obtido a maioria dos votos, o texto acabou vetado pela delegação norte-americana, por não fazer menção expressa ao direito de autodefesa de Israel.

Uma resolução apresentada pelos Estados Unidos continha o mesmo mecanismo e teve fim semelhante, após receber veto da China e da Rússia. Além dessas propostas, o colegiado apreciou outras duas minutas submetidas pela delegação russa, mas não aprovadas.

Diante da falta de consenso do colegiado, a Assembleia Geral da ONU aprovou, no fim de outubro, uma resolução que pedia trégua humanitária em Gaza. O texto, porém, tem caráter apenas recomendatório. Em reação, o governo de Israel classificou o apelo como “desprezível”.

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