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Governo francês suspenderá aumento dos combustíveis

Moratória tem objetivo de conter protestos e serão anunciadas pelo premiê Édouard Philippe em reunião com Emmanuel Macron

atualizado

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THIBAULT CAMUS/AP/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes protestam contra o aumento de impostos sobre combustíveis na França
1 de 1 Manifestantes protestam contra o aumento de impostos sobre combustíveis na França - Foto: THIBAULT CAMUS/AP/ESTADÃO CONTEÚDO

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, decidiu suspender o aumento dos impostos sobre os combustíveis, previsto para 1º de janeiro. A moratória tem o objetivo de tentar acalmar os protestos dos “coletes amarelos”, de acordo com fontes do governo. A moratória de vários meses será acompanhada por outras medidas de apaziguamento.

Édouard Philippe anunciará as medidas na segunda-feira (10/12), durante uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron e com os deputados do partido A República em Marcha (LREM). Fontes oficiais também confirmaram o cancelamento de uma reunião prevista para esta terça-feira (4/12), entre alguns representantes dos “coletes amarelos” e o premiê.

O novo delegado geral do LREM, Stanislas Guerini, havia solicitado publicamente uma moratória do aumento dos impostos sobre os combustíveis para “apaziguar o país”. “Acredito que seria saudável, acredito que é necessário apaziguar o país”, afirmou Guerini, que admitiu ter mudado de opinião sobre o tema.

Desde o dia 17 de novembro a França é cenário de protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis, organizados pelo movimento dos “coletes amarelos”.

As manifestações de sábado terminaram com atos de violência nas ruas de Paris e outras cidades, com carros, lojas, uma praça de pedágio em uma rodovia e a sede de uma prefeitura incendiados.
Na segunda-feira, a mobilização ganhou a adesão de estudantes do ensino médio. Associações de agricultores anunciaram protestos na próxima semana.

Apesar da violência, 72% dos franceses apoiam os “coletes amarelos”, que ampliaram as reivindicações e passaram a exigir aumento dos salários e das pensões, além de maior justiça fiscal, segundo uma pesquisa do instituto Harris Interactive.

Quatro pessoas morreram em incidentes relacionados aos protestos. A vítima mais recente foi uma mulher de 80 anos que não resistiu aos ferimentos sofridos após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo em Marselha.

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