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Governo do Líbano sabia do nitrato de amônio há seis anos, diz jornal local

A carga teria sido levada por uma embarcação russa e abandonada em Beirute

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explosão Beirute porto libano
1 de 1 explosão Beirute porto libano - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com o avanço das investigações sobre a forte explosão em Beirute, capital do Líbano, que deixou mais de cem mortos, foi revelado, pela TV Al Jazeera, que autoridades libanesas saberiam do armazenamento de nitrato de amônia há seis anos e teriam ignorado o assunto. A emissora teve acesso a cartas que demonstrariam esse conhecimento oficial.

De acordo com os documentos, o material estava no hangar desde setembro de 2013, descarregado por um navio russo com a bandeira de Moldova.

A embarcação, nomeada de Rhosus, ia da Geórgia a Moçambique quando teve um problema e precisou estacionar em Beirute. Segundo o site Fleemont, as autoridades não permitiram que o navio seguisse viagem após a parada. Os tripulantes, então, teriam abandonado a carga, que motivou a explosão.

Em 2014, uma carta foi enviada pelo responsável pelo hangar pedindo soluções ao governo. Outras cinco correspondências foram enviadas entre 2014 e 2017. Em resposta, as autoridades disseram que o proprietário poderia exportar o nitrato de amônio, dar ao Exército ou vender a uma companhia de explosivos.

“Tendo em vista o sério perigo de deixar este material em um hangar, em condições climáticas inadequadas, nós pedimos maus uma vez para que a marinha reexporte estes materiais imediatamente, para preservar a segurança do porto e dos que por lá trabalham, ou que vejam como vendê-lo”, diz uma das carta.

Em 2017, Badri Daher, então diretor da administração alfandegária, relatou a um juiz o “perigo de manter esse material onde está, e aos que trabalham por lá”.

Com a explosão, o primeiro-ministro Hassan Diab disse que o incidente foi “um grande desastre nacional” e prometeu que “todos os responsáveis por esta catástrofe pagarão o preço”. Já o presidente Michel Aoun afirmou que a falha com a carga de nitrato de amônia foi “inaceitável” e pediu “punições duras” aos proprietários.

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Explosão matou 150 pessoas e espalhou destruição
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Explosão matou 220 pessoas e espalhou destruição
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