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Exclusivo: embaixador rebate Zelensky e nega que Brasil é pró-Rússia

Após críticas de Volodymyr Zelensky, embaixador do Brasil em Kiev negou ser “pró-Rússia” e enfatizou postura neutra histórica brasileira

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1 de 1 Imagem colorida mostra o embaixador do Brasil na Ucrânia - Metrópoles - Foto: Samuel Pancher/Metrópoles

Kiev O governo do Brasil rebateu as críticas do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e negou que seja “pró-Rússia”. O posicionamento aconteceu durante entrevista exclusiva, nesta quinta-feira (12/9), do embaixador brasileiro em Kiev, Rafael de Mello Vidal, ao Metrópoles.

“O Brasil não é pró-Rússia, o Brasil não é pró-Ucrânia, o Brasil é pró-paz”, declarou o diplomata brasileiro em nome do governo. “O Brasil tem parcerias estratégicas com os dois países, que são tradicionais, e no cenário da tragédia humanitária que a Ucrânia enfrenta, decorrentes da guerra da Rússia, nós entendemos que o fim dessa tragédia humanitária não pode esperar amanhã nem no futuro próximo.”

O representante brasileiro enfatizou que a postura histórica da diplomacia do Brasil é de neutralidade e defendeu que tal posicionamento pode ajudar na resolução da guerra.

“Essa neutralidade, eu tenho dito sempre que se fosse abandonada não seria a melhor forma de o Brasil ajudar a Ucrânia”, destacou Vidal. “Porque, se nós abandonássemos a neutralidade, teríamos muito pouca capacidade militar de alterar as regras da guerra, teríamos muito pouca capacidade financeira de atuar em prol da Ucrânia e eles perderiam o grande instrumento que o Brasil pode oferecer, que é a capacidade de diálogo e comunicação com Moscou.”

Brasil não consultou Rússia sobre proposta de paz

As declarações do chefe da missão brasileira em Kiev surgem um dia após Volodymyr Zelensky alfinetar, mais uma vez, o posicionamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o líder ucraniano acusou o Brasil de ser “pró-Rússia” e alegou que a proposta de paz apresentada em conjunto por Brasil e China em maio é “destrutiva”. Sem provas, Zelensky alegou que Brasília e Pequim consultaram Moscou sobre a iniciativa, mas Kiev não.

“Desconheço que essa proposta tenha sido previamente negociada com a Rússia”, declarou Vidal. “Ela é uma proposta que vem de um encontro com o ministro Celso Amorim em Pequim com as autoridades chinesas.”

O texto apresentado em maio deste ano, além de defender uma desescalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia, pediu que as negociações envolvam os dois países envolvidos na guerra e não somente um dos lados, como tem acontecido durante as últimas discussões de paz.

Novo representante brasileiro

Rafael de Mello Vidal assumiu a Embaixada do Brasil na Ucrânia no início deste mês. Apesar das rusgas diplomáticas entre Brasília e Kiev, o diplomata afirmou ter sido bem recepcionado no país.

“Fui prontamente recebido pela vice-ministra de Relações Exteriores da Ucrânia na semana passada. Tivemos uma conversa de uma hora. Temos uma boa relação e há muita receptividade ao Brasil”, destacou Vidal.

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