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Golpe em oligarca russo: iate blindado de R$ 3 bilhões é apreendido

Como punição à Rússia pela invasão da Ucrânia, bilionários ligados a Vladimir Putin estão tendo patrimônios apreendidos

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O super veleiro de Andrei Melnichenko
1 de 1 O super veleiro de Andrei Melnichenko - Foto: Sabri Kesen/Anadolu Agency via Getty Images

Os maiores empresários da Rússia estão sofrendo as consequências econômicas da invasão militar ordenada por Vladimir Putin ao território da Ucrânia. Além de verem negócios de suas empresas serem suspensos pelas sanções econômicas impostas pelas potências ocidentais, esses oligarcas estão tendo apreendidos patrimônios que estão fora da Rússia. Um dos bens mais valiosos a ser alvo dessas ações foi um “superiate” de 530 milhões de euros (cerca de R$ 3 bilhões), apreendido no último sábado (12/3), no porto de Trieste, no nordeste da Itália.

Trata-se do Sailing Yacht A (imagem em destaque), que pertence a Andrey Melnichenko, dono da maior empresa de carvão da Rússia e que também atua no ramo de fertilizantes.

É uma embarcação superexclusiva com 143 metros de comprimento (para comparar, a medida máxima de um campo de futebol é de 120 metros); com dois heliportos, piscina com cobertura retrátil que vira pista de dança e cápsula para observação subaquática. Sua fabricante, a Nobiskrug, o define como “superiate”, e informa que ele é movido por um moderno sistema híbrido diesel-elétrico e é um dos maiores barcos do mundo.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Melnichenko entrou na mira das sanções porque teria se reunido com Putin após o início da guerra, ao lado de outros 36 oligarcas, para debater os impactos econômicos da campanha militar. Por causa dessa reunião, todos os presentes viraram alvos das apreensões da União Europeia.

“O fato de ele ter sido convidado a participar desta reunião mostra que ele é um membro do círculo mais próximo de Vladimir Putin e que está apoiando ou implementando ações ou políticas que prejudicam ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e independência da Ucrânia, bem como estabilidade e segurança na Ucrânia”, diz comunicado do bloco. “Também mostra que [Melnichenko] é um dos principais empresários envolvidos em setores econômicos fornecendo uma fonte substancial de receita para o governo da Rússia, que é responsável pela anexação da Crimeia e desestabilização da Ucrânia.”

Na última semana, só a Itália já havia confiscado 140 milhões de euros (aproximadamente R$ 775 milhões) em propriedades de outros oligarcas russos. Um dos alvos foi o empresário mais rico da Rússia, o oligarca da siderurgia Alexei Mordashov, que teve apreendido um iate avaliado em 65 milhões de euros, ou R$ 360 milhões, aproximadamente.

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