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Gleisi questiona legitimidade de EUA e Brasil para apoiar Guaidó

Presidente petista alertou para o “precedente” que a interferência sobre o governo Maduro criará na América Latina

atualizado

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ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
REUNIÃO DA EXECUTIVA NACIONAL DO PT
1 de 1 REUNIÃO DA EXECUTIVA NACIONAL DO PT - Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, condenou nesta quarta-feira (23/1) a decisão dos Estados Unidos e do governo Jair Bolsonaro (PSL) de reconhecer o líder opositor venezuelano Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Gleisi disse que o presidente norte-americano, Donald Trump, não tem legitimidade para fazer essa interferência e alertou para o “precedente” que isso criará na América Latina.

“Qual é a legitimidade de um presidente norte-americano para reconhecer um presidente de outro país sendo que esse país passou por um processo eleitoral? Critique-se ou não o processo, ele foi feito dentro das regras constitucionais da Venezuela. E lá o voto é facultativo e teve candidatura de oposição. Imagina se a moda pega? Vamos ter daqui a pouco o presidente dos Estados Unidos, do Brasil, de outros países interferindo na soberania e na autodeterminação dos países?”, perguntou. “É muito ruim isso porque abre um precedente de instabilidade na região da América Latina”.

Em seguida, Gleisi também criticou a decisão do governo brasileiro de acompanhar o entendimento dos Estados Unidos. Ela questionou, então, se o próximo passo da gestão Jair Bolsonaro será entrar numa guerra contra o país vizinho.

“Acho mais grave ainda o governo brasileiro se posicionar favorável, porque isso leva a uma intervenção, uma intervenção desse tipo para ser realizada vai levar à força bruta. Isso quer dizer que o presidente Bolsonaro vai enviar tropas brasileiras para Venezuela? Com quem dinheiro? Colocando em risco a vida dos brasileiros?”, argumentou. “Ei, espera aí! Você vai criar um conflito para nós aqui? Você está longe e vai criar uma guerra aqui? É sobre isso que a gente está falando”, disse a petista,

Juan Guaidó se declarou presidente interino do país durante as manifestações pela renúncia do presidente Nicolás Maduro. Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo afiram que apoiará “política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela.

Os governos da Colômbia, do Chile do Paraguai e do Peru fizeram o mesmo. O Canadá e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também reconheceram Guaidó como presidente interino nesta quarta-feira. O governo do México, no entanto, segue reconhecendo Maduro como o presidente da Venezuela.

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