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General americano prevê guerra com a China em 2025

Em memorando interno, Mike Minihan, general dos EUA, afirmou que está preparando sua equipe para um conflito com a China em 2 anos

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1 de 1 minihan-comandante-eua - Foto: Divulgação

Com o aumento das tensões em torno da ilha de Taiwan em 2022, o alto comando das forças militares dos Estados Unidos estima que o país entrará em guerra com a China em 2025, daqui a dois anos. A previsão, antes considerada uma teoria conspiratória, foi feita pelo general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea dos EUA, em memorando interno vazado nas redes sociais e confirmado pelo portal The Drive com a Força Aérea americana.

“Eu espero estar errado. Mas meu instinto diz que nós vamos lutar em 2025”, diz Minihan no documento oficial, publicado na última sexta-feira (27/1).

No texto, o líder militar relembra que as eleições em Taiwan ocorrerão em 2024, o que pode dar ao governo chinês um motivo para invadir o território vizinho. “As eleições nos EUA [também] são em 2024 e oferecerão ao Xi uma América distraída. O time de Xi, suas razões e oportunidades estão todas alinhadas para 2025”, argumentou o oficial, referindo-se a Xi Jinping, presidente chinês.

Após fazer a previsão, Minihan afirmou que, ao longo de 2023, sua equipe seguirá treinamentos e protocolos que preparem os militares para o confronto.

O deputado republicano Michael McCaul, presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Estados Unidos, defendeu o general em entrevista à emissora Fox News, nesse domingo (29/1). “Eu também espero que ele esteja errado, mas eu penso que ele está certo, infelizmente”, afirmou McCaul, em referência ao documento vazado.

Em contrapartida, o democrata Adam Smith disse para a mesma rede de TV que fica “preocupado” quando as pessoas falam em uma guerra inevitável com a China. “Generais deveriam ser mais cautelosos com o que dizem”, opinou.

Veja o memorando na íntegra:

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Os conflitos em Taiwan

Desde que Taiwan se considerou um estado independente, em 1949, os Estados Unidos e a China apresentam visões conflituosas sobre o território. Enquanto o governo de Xi Jinping enxerga a região como uma “ilha rebelde”, principalmente depois da anexação de Hong Kong, os Estados Unidos mantém uma relação diplomática com Taiwan, assegurando a defesa da nação contra possíveis invasões chinesas.

A última atualização em torno das discussões entre os dois países sobre a ilha aconteceu em agosto de 2022, quando a presidente da Câmara dos EUA na época, Nancy Pelosi, viajou para Taiwan depois de 25 anos sem autoridades estadunidenses de mesmo porte visitarem o território. No período, observatórios internacionais perceberam que a China passou a realizar exercícios militares históricos em torno da região.

Ainda assim, segundo o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília Roberto Goulart Menezes, uma guerra contra Pequim pode custar muito caro ao governo americano. “Apesar do documento publicado vir de uma grande autoridade nas Forças Armadas dos Estados Unidos, ele não foi endossado por todo o alto comando. Os Estados Unidos como um todo não estão fazendo exercícios preparatórios para uma guerra. Será necessário ouvir um pronunciamento oficial do Departamento de Defesa do presidente Biden”, explicou o especialista.

Goulart relembra de momentos parecidos na história dos Estados Unidos em que o país enfrentou crises financeiras internas, quando decidiu focar em conflitos internacionais como uma forma de permanecer atuante. “A guerra no Afeganistão, a guerra no Iraque, todas elas ensinaram aos americanos que situações do tipo custam caro aos cofres públicos e à cabeça do cidadão estadunidense”.

Apesar da crescente presença militar chinesa na Ásia, o que inclui a região de Taiwan, o professor avalia que as chances de invasão da ilha são baixas. “Não temos como falar que os EUA abaixarão a guarda só por conta das eleições presidenciais em 2024. O governo americano não dorme no ponto. Eles com certeza continuarão acompanhando a situação de Taiwan, com ou sem eleições”, reforça.

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